Um amigo, dois amigos, 10 amigos, mil amigos.
999 amigos, 998 amigos, 994, 990 amigos...
A gente vai juntando eles desde o berço.
E os vai perdendo pelos caminhos.
Não lembro dos amigos de berço.
Nem de todos os amigos juntados ao longo da vida.
E não queria lembrar dos que perdi.
Da conta diminuída.
Odeio esta operação matemática, a da subtração.
Sempre gostei mais da adição.
Sempre fui feliz adicionando amigos em minha conta e que fossem de grande conta para mim.
E odeio ter amigos subtraídos.
Subtraídos de mim, de meu convívio, por questões tolas, ainda sempre suportei.
Porque afinal estavam ali em algum lugar, era só adicionar novamente, pedir e dar perdão.
Divisão. Esta operação também apenas sempre suportei. Embora com ciúmes.
Duro dividir o amor de amigos.
A gente divide o nosso entre todos eles, mas quer que não dividam o seu.
Dura é a subtração... perene.
Quantos se foram, subtraidos de minha conta, minha vida, pela sua morte.
Sem a divisão de segredos, carinhos, falas.
E aí só resta então a outra operação matemática:
A multiplicação.
A multiplicação do arrependimento.