Naquelas areias nunca mais as nossas caminhadas.
Nem os sorrisos, nem os silêncios, desabafos, preocupações compartilhadas.
Respiração ofegante, entre palavras entrecortadas por conselhos.
Perguntas diretas, respostas nem tanto.
Por que fostes embora?
Ainda havia tanto a falar, a ouvir, tantas perguntas certeiras com respostas incertas.
Me deixastes sozinho, agora, na areia tão imensa da praia.
O costão de um lado, onde pescávamos quando eu era criança.
As dunas do outro, onde caminhavas loucamente para pensar, para saber formular as perguntas certas.
Não estamos mais, nunca mais estaremos ali.
Entre tropeços, copos cheios e muita conversa.
Teu olhar ‘inda brilha, tua voz persiste.
E o que faço eu com esta saudade que me deixaste?
O que faço com este vazio no peito?
Com o velho tênis que parece querer falar, contando lembranças e pegadas?
Agora sozinho, difícil dar o primeiro passo, os passos seguintes sem ti.
Eu sei que naquela areia nunca mais, mas é como se te levasse comigo, sempre escolhendo o caminho, de acordo com o que havia para conversar.
Nunca mais nossos trajetos, nem os conselhos.
O que faço agora sem eles?
Onde fica o norte e de onde é este vento que sopra, que tu sempre sabias dizer?
Cheguei a imaginar que nunca partirias.
Fiquei com algumas coisas, mas não sei o que fazer com o que sobrou do meu coração…
Ficou o teu olhar no meu, o meu abraço no teu.
E uma vontade incontrolável de te encontrar nas areias do céu, enquanto o sol não se põe de vez pra nós dois.
Antônio Parracho |
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