É início de um novo ciclo, e é sempre a mesma coisa. Passamos a refletir sobre o que deu certo, o que falhou e começamos novamente planejar o que está por vir. Quase de maneira automática, lembramos dos que morreram, da esperança por um país mais justo, menos violento, economicamente estável e com uma política mais honesta.
Pensamentos, quase todos, que projetam no próximo as responsabilidades sobre um futuro melhor. A violência é reflexo de décadas de retração na educação e políticas sociais. A pobreza, reflexo de uma política sem planejamento, em alguns casos, na descrença em alcançar uma vida melhor.
E por aí vamos, divagando em busca de culpados e reproduzindo informações. Nos julgamos experts sobre todos os assuntos polêmicos e corremos atrás da audiência, mesmo que efêmera e ignorante, dos milhões de outros conhecedores de coisa nenhuma.
Há um tempo atuando na área de Comunicação, passei por uma época em que se falava em reinvenção da Comunicação, da modernização e da criação de novos meios de comunicar com públicos diferentes em diversas plataformas. Isso já é legítimo, até demais.
A multiplicação dos canais e a possibilidade de acesso por todos foram vistos, por um tempo, como libertação. Mas se transformou em arma. Deram as ferramentas e não ensinaram como utilizar. A Comunicação precisa ser estudada e compreendida. Utilizam os meios de comunicação como veículos de comunicação, mas não creditam a estes usuários as responsabilidades necessárias, e eles mesmos estão se tornando as vítimas.
A consequência desse excesso de acessos é o maior de nossos problemas, a intolerância. Todos falam e todos querem ser ouvidos, doa a quem doer. Assumindo ou não a identidade, divulgam posições políticas, expressam opiniões preconceituosas, expõem pessoas queridas ou desafetos. Não importa, o negócio é postar, publicar, ganhar views, curtidas, compartilhamentos, etc, etc e etc.
E assim é feito, comenta-se, intima-se e publica-se, quase que como uma sentença judicial.
Por isso, neste último dia de 2016, convido a todos a refletir, mas dessa vez sobre a tolerância e a comunicação. Sobre o reconhecido do outro enquanto diferente do eu e, ainda sim, aceitar e respeitar. Sobre o impacto que uma opinião, um vídeo ou uma frase postada ou compartilhada pode ter. E se não for pedir muito, proponho até amar. Feliz ciclo novo a todos!
Ziad Fares é publicitário e Diretor do Grupo ZFPlantão News.com.br - 2009 Todos os Direitos Reservados.
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