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Kleber Lima
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Sexta, 06 de agosto de 2010, 10h47

Dia D do Wilson

Não desejaria nem ao meu mais pertinaz inimigo – se é que os tenho – o inferno astral vivido pelo tucano Wilson Santos nessa largada das eleições de 2010. Preso a uma insegurança jurídica cruel, não pôde até o momento soltar sua campanha na rua, porque, a rigor, ainda não tem certeza se será mesmo candidato a governador este ano. Esta dúvida atroz acabou por engessar sua campanha. Pelo que se observa até o momento, WS faz, por hora, apenas uma campanha de imprensa e algumas reuniões, catando santinho no chão para evitar desperdício.

A sorte do tucano será decidida hoje, prazo fatal estabelecido pela legislação eleitoral para o Tribunal Regional Eleitoral julgar todos os pedidos de registro de candidatura. Há outros casos ligados a candidatos proporcionais, como os dos deputados José Riva e Pedro Henry e também do vereador Vicente Vuolo, mas nenhum deles causou, causa ou causará tanto impacto no quadro eleitoral, visto que são disputas menores, proporcionais.

Mas, no caso de Wilson Santos é bem diferente. Com uma eleição que vinha polarizada entre situação e oposição, essa paralisia da candidatura da oposição pode ter sido fatal. Considerando o cenário de o TRE finalmente homologar a candidatura de Wilson, haveria tempo para ele se recuperar desses 30 dias perdidos até hoje? Qual o tamanho do seu prejuízo com essa paralisia? Quantos potenciais investidores deixaram de injetar dinheiro em sua campanha por causa dessa dúvida jurídica? Quantos que inicialmente estavam dispostos a apostar no tucano ainda o farão, por não saberem se ele ainda tem viabilidade? E o eleitor, como está reagindo a tudo isso, levando em conta que o problema que causou essa situação pode ser considerado uma bobagem (a falta de um ou dois documentos na sua prestação de contas da campanha de reeleição em 2008)?

Por outro lado, considerando que o TRE lhe negue o registro da candidatura, qual o efeito disso no quadro eleitoral? A sua coligação conseguiria um nome à altura para substituí-lo? Esse nome seria Jayme Campos? Thelma de Oliveira? Antero de Barros? E se esses nomes não agregarem o mesmo peso de Wilson, para onde iriam os votos do tucano? Para Silval ou para Mauro Mendes? O eleitor poderia se rebelar contra tudo isso e considerar que houve uma conspiração contra o tucano? Mas, nesse caso, rebelar-se-ia contra quem, Silval ou Mauro?

Nesse sintético exercício de conjecturas, conclui-se que as dúvidas de Wilson foram – ou pelo menos deveriam ter sido – socializadas com os demais candidatos. Segundo a imprensa tem divulgado, em pesquisas estaduais Silval já chegaria, hoje, a 47% dos votos válidos, e seu Estado Maior já trabalharia com a hipótese de primeiro turno – embora não o admita de público. Caso Wilson consiga seu registro e jogue sua força máxima de campanha nos próximos 15 dias, isso não poderia mudar esse cenário, elevando-o novamente para uma situação de empate técnico com Silval? Se isso acontecer, como seria a reação da chapa situacionista? Assimilaria o golpe ou fraquejaria, como ocorreu a nossa insaudosa seleção canarinha quando levou um gol de empate da Holanda e amarelou, permitindo a virada?

Há ainda inúmeras outras questões que se relacionam às já levantadas. Mauro Mendes, por exemplo, teria problemas semelhantes relacionados à prestação das suas contas da campanha de 2008. Neste caso, o mesmo pau que dá em Chico não daria em Francisco? Se Wilson não conseguir se registrar, o mesmo não teria que acontecer com Mauro Mendes? Mato Grosso pode ter uma eleição por W.O., plebiscitária, este ano?

Talvez o melhor seja, na inspiração de Manoel de Barros, fechar essa torneira das ilações e aguardar algumas horas para que seja conhecido o julgamento do TRE sobre o registro das candidaturas. Mas, uma coisa é certa: A partir de amanhã, começa outra eleição em Mato Grosso.

Kleber Lima é jornalista pós-graduado em marketing com vasta experiência em campanhas eleitorais em Mato Grosso. E-mail: kleberlima@terra.com.br
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