Cuiabá | MT 19/03/2024
Miriam Sanger
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Quinta, 30 de agosto de 2018, 12h29

Factoring digitais e o 'dom' de antecipar dinheiro

Nos tempos atuais, faz parte da responsabilidade do cedente de crédito considerar se de fato o tomador poderá honrar com o compromisso sem corromper sua saúde financeira.

A tecnologia é o único recurso de fato capaz de avaliar as condições ideais - e justas - de crédito, baseada em aspectos que sempre necessitam passar pela segurança da operação financeira (na via dupla).

Por trás da oferta de crédito, é preciso haver mais do que o desejo de retorno aos acionistas: as Fintechs necessitam entender seu papel como transformadoras da economia e, portanto, assumir um papel positivo como influenciadoras da sociedade como um todo.

Lidar com dinheiro, seja em um panorama profissional ou pessoal, é uma tarefa complicada; saber como emprestá-lo de forma responsável é um verdadeiro "dom", através do qual é possível construir reais parcerias. Essa é uma das mais importantes missões do universo das Fintechs que atuam no segmento de antecipação de recebíveis: compreender que o ofertante de crédito é tão responsável por ele quanto seu solicitante.

A avaliação da confiabilidade do tomador de crédito sempre foi feita baseada em documentos e até mesmo em percepções pessoais do gerente da instituição cedente. Em grandes instituições, por incrível que possa parecer, em muitos casos ela continua sendo realizada da mesma forma manual e, portanto, insegura: onde há mãos há homens, e onde há homens há erros humanos.

Isso sem contar com o fato que o sistema de "repreensão" de inadimplentes considera tão somente uma realidade momentânea, sem nuances - talvez um tomador de empréstimo tenha falhado uma única vez no pagamento de uma dívida de 200 reais, após uma vida honrando compromissos de 200 mil reais.

Essa percepção vem se aprimorando com a tecnologia, por meio da análise "fria" e digital de centenas de milhares de dados que oferecem um panorama muito mais completo do solicitante do crédito. Tal análise facilita a tomada de decisão por parte da emprestadora, e não apenas isso: oferece a ela a sensibilidade necessária para uma avaliação correta e coloca em suas mãos uma dose maior de responsabilidade sobre a operação de empréstimo.

A noção de responsabilidade e de parceria, que existe por trás da operação de crédito, fica ainda mais evidente em épocas de escassez, como a atual. Este é, naturalmente, um momento de grande fragilidade nos negócios.

Em 2014, foi lançado no Brasil o aplicativo Guia de Bolso, uma ferramenta intuitiva para a organização de receitas e despesas pessoais que eliminava as desagradáveis planilhas. Com o sucesso dessa iniciativa digital, o mesmo grupo criou a Just, uma plataforma de empréstimo pessoal online, voltada a explorar o grande potencial de serviços de crédito baseados na boa experiência do cliente e num engajamento maior entre emprestador e tomador de empréstimo.

O cenário divulgado pela empresa parecia promissor: em junho de 2017, a mídia noticiou a estimativa de concessão de 1 bilhão de reais em 2019 através da plataforma Just, um volume surpreendente para uma instituição não bancária. A motivação durou pouco, e logo a empresa foi forçada a abandonar o serviço de empréstimos online

O mercado brasileiro tem muito espaço para crescer, sem contar a necessidade de estimular a economia de forma a superar a crise econômica que grassa no país há pelo menos 6 anos. Não é misteriosa a ligação que existe entre crédito e desenvolvimento - e, por isso mesmo, os empresários do Brasil, hoje a 9ª economia do mundo, precisam encontrar a cada momento novas alternativas de financiar seu crescimento.


Nos anos mais recentes, o segmento das factorings, também conhecidas como empresas de fomento - em outras palavras, emprestadores de capital mais ágeis, menos custosos e com viés tecnológico -, têm conquistado uma posição de destaque como fornecedoras de crédito.

Atendem com desenvoltura todos os portes de empresas, com destaque para pequenas e médias organizações, por diversos motivos. Justamente por serem menores do que os grandes bancos concedentes de empréstimos no Brasil, apresentam uma agilidade sem precedentes e abraçam uma fatia de mercado que se encontrava descoberta pelo setor bancário. Mas se o seu porte, por um lado, rende vantagens, por outro as Fintechs precisam lidar com algumas desvantagens - uma delas, sua sensibilidade à inadimplência.

Assim, o grande "dom" das factorings está em saber dosar entre a defesa e o ataque - ou seja, oferecer o máximo possível e com a melhor condição possível sem, no entanto, deixar seu "meio de campo" e sua "defesa" descobertas. Quem atua de forma contrária, com grande avidez e pouco conhecimento de seu público, acaba cometendo o pecado capital que não apenas as atordoa, mas de fato as colocam no chão.

Informação nunca foi tão importante quanto hoje, e só ela possibilita a análise minuciosa, e mesmo assim veloz, da oferta de crédito. Para isso, o forte investimento na proteção de dados é uma questão de sobrevivência.

Um dos grandes diferenciais das Fintechs de empréstimo é justamente a agilidade do serviço - hoje, o contato pessoal entre as duas pontas foi praticamente banido. Como é possível fazer isso? Com informações seguras e confortavelmente armazenadas em uma plataforma poderosa de análise de dados, capaz de avaliar também os valiosos metadados e, assim, incluir uma espécie de "sexto sentido" à análise de crédito.

Por fim, mesmo que isso pareça romântico (mas não é), uma Fintech não tem apenas um papel mercadológico. Mais do que isso, ela é uma potencializadora do crescimento e da consolidação do mercado nacional brasileiro, através da oferta fluente e justa de capitais de curto prazo para o investimento das empresas.

Este sempre, vale dizer, foi um papel subjacente das próprias factorings tradicionais. Mas o pleno funcionamento delas como indutor estratégico dos negócios encontrava obstáculo em um modelo secular e ineficiente de análise de risco, uma fórmula quase integralmente centrada em parcos cadastros de informações negativas e obtidas nas caducadas fontes usuais. Esse é, por si, um fator que inibe as operações de crédito, cria aversão ao tomador e encarece demais a operação de antecipação de receitas, por conta do risco mal dimensionado e, portanto, mal contido.

Hoje vemos que a inteligência artificial, utilizada com desenvoltura pelas Fintechs, está trabalhando na remoção destes obstáculos e proporcionando um ciclo de empréstimos muito mais harmonioso e confortável, a taxas gradativamente mais parceiras, à medida em que também se reduz o risco para a empresa de fomento.

Miriam Sanger é diretora de MarCom da WEEL

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