Pesquisa do DIEESE - Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos - que será divulgada na íntegra durante a realização do 3º Congresso Nacional dos Trabalhadores do Comércio e Serviços, aponta que os comerciários representam 18,6% do total da força de trabalho no país (total de 34,5 milhões de trabalhadores), sendo que apenas 7,3 milhões deles têm carteira assinada (dados do Ministério do Trabalho e Emprego). O setor do comércio é o terceiro maior empregador, só perde para os setores de serviços e indústria.
Em 2009, o comércio abriu 297.157 novas vagas de trabalho formal, cerca de 30% do total de postos gerados na economia no ano passado (995.110). Quando comparado a outras atividades, os resultados do setor são ainda mais animadores, visto que a construção civil contratou 177.185 novos trabalhadores e a indústria 10.865. De janeiro a abril de deste ano, foram criadas 74.039 novas vagas no comércio.
Jornada de trabalho - Os trabalhadores do comércio têm em média uma jornada de trabalho de 46 horas semanais nas regiões metropolitanas.
A extensa jornada de trabalho continua sendo um dos principais problemas no setor. Em 2009, o comércio registrou a maior jornada média semanal praticada em quase todas as regiões etropolitanas pesquisadas, quando comparado com os demais setores de atividade.
Diante deste quadro é urgente que a profissão seja regulamentada, um dos temas que serão amplamente debatidos durante o Congresso. São mais de 60 anos de luta travada pelos dirigentes sindicais do setor.
A remuneração média dos trabalhadores do comércio ficou entre R$ 625 em Recife e R$ 1.078 no Distrito Federal. No entanto, a receita com vendas do setor cresceu 10% em 2009. E os dados de faturamento por empresa revelaram que somente a participação no mercado das três maiores redes atingiu 40% do faturamento total do setor em 2009 (R$ 71,6 bilhões).
No primeiro trimestre deste ano, o volume de vendas cresceu 12,78% e a alta na receita nominal alcançou a taxa de 15,64%, frente a igual período do ano anterior.
Megafusões - Os processos de fusões no setor estão na ordem do dia com aquisições entre grandes redes varejistas. Um elemento a ser considerado nesta discussão é o alto grau de concentração já existente e caso não haja nenhuma regulamentação se intensificará podendo impactar negativamente nos empregados do segmento, gerando mais precarização e flexibilização das relações de trabalho.
O evento ainda abordará o papel da mulher trabalhadora na sociedade atual e nos movimentos sociais (atuam no setor 40% de mulheres), Previdência Social, segurança e saúde no trabalho, e a implantação efetiva do Fator Acidentário de Prevenção/FAP (decreto lei nº 7126, que entrou em vigor em 3 de março de 2010).
Sugestão para entrevista: José Augusto da Silva Filho, 1º secretário da CNTC - Confederação Nacional dos Trabalhadores do Comércio.
Serviço:
3º Congresso Nacional dos Trabalhadores do Comércio e Serviços
Data: 24 a 26 de maio no Centro de Eventos e Treinamentos da CNTC
Av. W5 - SGAS, 902 - Bloco C - em frente ao SENAC