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A deputada estadual Janaina Riva (PMDB) e o suplente de deputado Jajah Neves (PSDB) tiveram uma discussão acalorada durante sessão na Assembleia Legislativa na noite desta quarta-feira (17). O motivo foram os grampos feitos ela Polícia Militar de Mato Grosso, supostamente a mando de membros do primeiro escalão do governo Pedro Taques (PSDB).
Janaina usou a tribuna para solicitar aos colegas que a apoiassem na criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar os grampos ilegais, da qual ela foi uma dos alvos. Ela precisa oito assinaturas para instituir a CPI.
Na tribuna, ela se disse abandonada, pois a argumentação dos colegas, de que os grampos já estão sendo investigados pela Procuradoria Geral da República, não seria suficiente para que eles se negassem a instituir a CPI.
Isto porque a Assembleia já criou outras comissões mesmo com o andamento de investigações em outros órgãos, como foi o caso da CPI das Obras da Copa e dos Frigoríficos. “A Assembleia não pode me deixar sozinha nessa situação”, disse.
Na sequência, o deputado Jajah criticou a iniciativa e afirmou que a oposição estaria fazendo da denúncia dos grampos um “espetáculo”. Apontou ainda que a Assembleia deveria ser local de trabalho e que Janaina se esconde em “questões de gênero” e de usar o parlamento para fazer um “teatro de quinta categoria”.
“Não podemos aqui tratar com sensacionalismo, aqui é uma Casa de Leis. Mas vamos trabalhar em cima de fatos e de realidade. Não estamos aqui exibindo o seriado das 8 horas e nem no Projac”, disse.
Além disso, Jajah saiu em defesa do secretário de Comunicação, Kleber Lima, muito criticado após divulgar nas redes sociais uma foto da deputada de camisola, criticando-a pelo fato de ela reclamar de falta de privacidade, sendo que a mesma se expunha. “O secretário Kléber Lima é da minoria e está sempre envolvido com as causas sociais”, afirmou.
O deputado disse que Janaina deveria estar acostumada com “canalhices, já que seu pai, o ex-deputado José Riva, é acusado de desviar milhões de recursos públicos e esteve preso por corrupção. “Depois que ele perdeu o foro privilegiado, ele foi preso”, lembrou.
Repasses ao Wilson – Incomodada, Janaina tentou responder às declarações, mas foi impedida pelo deputado Oscar Bezerra (PSB), que presidia a sessão, devido à votação dos projetos. A deputada, então, ameaçou pedir vistas dos projetos e a votação foi suspensa.
A deputada, então, afirmou que Jajah não poderia falar em corrupção, pois ele faria os repasses da verba indenizatória, de R$ 65 mil, ao titular do mandato, Wilson Santos. A prática é ilegal.
“Vocês acabaram de ver uma defesa de um parlamentar que foi acusado de usar calcinha rosa por um secretário. Vocês ouviram a defesa de um parlamentar que critica corrupção, mas corrupção não é só surrupiar dinheiro. Também é repassar verba indenizatória ao deputado detentor do mandato”, disse.
Janaina ainda chamou Jajah de “analfabeto” e lembrou que não está contra o Ministério Publico e que ele deturpou a fala inicial dela. “Será que você é analfabeto? Se você pegar o documento para ler, vai ver que nós não estamos contra o Ministério Público. O governo se pronunciou contra o Mauro Zaque e não deputado estadual. Leia, estude e se prepare para ser deputado estadual”, encerrou.
Ao encerrar as declarações, a deputada foi em direção ao parlamentar, que estava ao lado do presidente, e com dedo em riste, chamou-o de “ladrão” e “bandido”. Ela precisou ser contida por outros deputados que estavam ao lado. Após a briga, a sessão foi encerrada.
Gazeta Digital