Alberto Romeu
Redação
A audiência pública requerida pelo deputado estadual Oscar Bezerra (PV) para discutir mudanças na gestão do Fundo Estadual de Transporte e Habitação (Fethab) nesta quarta (13) na Associação Mato-grossense dos Município, em Cuiabá, foi marcada pelo ato de protesto do empresário Aldo Locatelli diante do fato do ex-secretário de Fazenda, Eder Moraes, ter idealizado e compor o grupo de discussão. Eder - que ocupou vários cargos públicos nas gestões dos ex-governadores Blairo Maggi e Silval Barbosa, responde a vários processos por corrupção ativa e passiva contra o Estado é condenado a prisão e foi o autor da idéia encampada por Oscar Bezerra. Locatelli deixou o local e posteriormente emitiu uma nota pública (veja abaixo).
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Um dos palestrantes, o economista e escritor Mauricio Munhoz criticou a forma de arrecadação do Estado apontando como 'falida', referindo-se ao fato de que Mato Grosso só investe 1% de seu PIB, conforme consta na LOA, e por isso nunca vai deixar de ser um Estado derrapante”, ponderou.
O deputado Oscar disse que o assunto tem que se debater com todo o setor envolvido "para que tudo fique muito claro para todos". No mesmo tom, o presidente da AMM-MT, Neurilan Fraga, emendou que "a proposta deverá ser muito bem debatida para que tudo seja bem esclarecido, “A discussão deverá ser ampla para que não haja nada de errado no processo” .
Em sua fala – já na ausência de Aldo Locatelli, Eder Moraes criticou indiretamente a gestão do governador Pedro Taques (PSDB) sugerindo que a ideia [de discutir o Fethab] é muito importante “para o momento que nosso Estado esta vivendo”. Concluindo que (das discussões) saia uma lei que mostre algum caminho, porque hoje Mato Grosso precisa de uma mudança.
No limite
Representante do setor que mais contribui para o Fethab em Mato Grosso, através do óleo diesel, o empresário Aldo Locatelli transparece que anda no limite. Foi um dos principais apoiadores da campanha de Pedro Taques ao senado.
No dia 28 de maio Locatelli passado ele deixou uma reunião com o governador Pedro Taques (PSDB) protestando da falta de conclusão dos pedidos do setor. Afirmou que a alíquota sobre o óleo diesel em 17% em Mato Grosso “é um roubo”.
Em nota pública Aldo Locatelli como “inadmissível que um indivíduo com o histórico que este senhor possui, já condenado quatro vezes por fraudar o erário público, possa estar preocupado em realizar ações que favoreçam o Estado” – disse, referindo-se a Eder Moraes.
O empresário justifica que por esta razão retirou-se audiência como forma de não banalizar o período de crise moral que devasta o país. “Vivemos um momento no qual esse tipo de postura tem de ser rechaçada e não podemos mais compactuar com os desmandos. Dar voz a este indivíduo [Eder Moraes] para falar sobre melhorias ao Estado suscita riso por seus elementos de comicidade ou pelo ridículo”.
“Acredito que as ideias devem ser discutidas, pois o debate favorece o exame minucioso de um assunto levantando-se os pós e os contras. No entanto, devem ser tratados com pessoas que detenham credibilidade e demonstrativo de comprometimento com o coletivo”.
O documento é assinado por Aldo Locatelli, presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis de Mato Grosso.
Nota distribuída por Aldo Locatelli |