É de fato o superintendente da Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso (Fiemt) e ex-diretor nacional do Banco da Amazônia S.A (Basa), Francisco Serafim de Barros, 60 anos o homem preso às 15h00 de ontem (27) e acusado de mandar matar o próprio filho Fábio Cézar Barros Leão por conta de um prêmio de R$ 28 milhões da Mega-Sena. Um outro filho de Serafim, Fabiano Leão de Barros, também está sendo procurado por fazer parte da trama. Em princípio suspeitava-se haver engano quanto a denúncia e que haveria a existência de um homônimo.
Pai e filho brigam na justiça há três anos. Fábio conta que ganhou o prêmio da loteria em 2006 e depositou o dinheiro na conta do pai, pois não tinha conta na Caixa Econômica Federal. O pai chegou a afirmar que tudo não se passava de armação do filho. Porém em todas as instâncias da ação judicial, o filho sempre recebeu decisão favorável.
A prisão de Serafim foi fruto de uma investigação da Polícia Civil sul-mato-grossense acerca de dois pistoleiros detidos pela Polícia Rodoviária Federal (PRF). A investigação, por meio de escutas telefônicas, acabou revelando que os dois pistoleiros estavam participando de um conluio para matar o filho do superintendente da Fiemt de Mato Grosso a mando de Serafim e do irmão mais novo de Fábio, Fabiano Leão de Barros. Este estaria em Jaciara, mas ainda não teria sido preso.
Já a versão da defesa de Fábio é que o acerto de Serafim com os pistoleiros se deve a um conflito entre ele e seu filho desde 2007. Um ano antes, Fábio apostou e acabou vencendo sozinho na Mega-sena. O prêmio, mais de R$ 28 milhões, foi retirado em Brasília por segurança de não ser identificado.
Ainda segundo seu advogado, na época Fábio preferiu que o montante ficasse na conta bancária do pai e assim permaneceu. Um ano depois, quando Fábio quis o dinheiro de volta, o pai negou e isso gerou uma longa disputa judicial. Em juízo, Serafim chegou a admitir que o filho é o dono do dinheiro, tanto que todas as decisões lhe foram desfavoráveis.
Fábio Leão de Barros responde pelo assassinato de Mário Gregório de Almeida, 32, e tentativa de homicídio de Rodrigos Jesus Oliveira, 18 anos, no bar do Pequeno, no distrigo de Sucuri, durante um bingo beneficente. Fábio - segundo o Ministério Público , discutiu com Rodrigo depois de errar a cantada de número do bingo. Rodrigo teria ficado nervoso, fez ameaças e levantou-se. Fábio reagiu e atirou atingindo rodrigo no torax e Gregório na cabeça, que morreu na hora. Ele aguarda júri popular.
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