A Polícia Federal desencadeou hoje nos Estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, São Paulo e Minas Gerais, a “Operação Araguaia”, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa voltada ao tráfico internacional de cocaína e maconha. Cerca de cem policiais federais atuam na região. Até o momento 17 pessoas estão presas, entre as quais, um policial militar do Estado de Goiás e 8 pessoas estão foragidas, sendo que 20 mandados de busca e apreensão expedidos pelo Juízo da 5ª Vara Federal de Mato Grosso, solicitados pela Polícia Federal já foram cumpridos.
A investigação, realizada pela Delegacia de Polícia Federal em Barra do Garças/MT, foi iniciada em junho de 2009 e descobriu um esquema de tráfico de pasta base de cocaína e de maconha em larga e profusa escala. As substâncias entorpecentes eram fornecidas à organização criminosa por narcotraficantes bolivianos e paraguaios, que entravamcom a droga no território nacional com a utilização de aeronaves e caminhões. Uma vez no Brasil, as drogas eram redistribuídas com a utilização de caminhões e veículos de passeio, para traficantes dos Estados de Mato Grosso, Goiás, São Paulo, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais e do Distrito Federal, onde eram comercializadas.
A última fase da ação era a ‘lavagem de dinheiro’, a fim de dissimular a origem e movimentação e dificultar o rastreio dos lucros obtidos com a comercialização pelos órgãos de fiscalização.
Os trabalhos investigativos resultaram na lavratura de sete autos de prisão em flagrante delito, na apreensão de 421 kg (quatrocentos e vinte e um quilogramas) de cocaína, 1.995 kg (mil, novecentos e noventa e cinco quilogramas) de maconha, oito veículos, uma aeronave e de valores em moedas estrangeiras, o que evidencia o poder de lesividade do grupo.
A ação estatal não havia se mostrado suficiente para estancar, em definitivo, a atuação dos investigados, já que os integrantes do consórcio criminoso, inclusive alguns que já se encontravam presos, deram continuidade às suas atividades delituosas. Foi imprescindível uma ação policial repressiva mais contundente, com a finalidade de aprofundar as investigações e possibilitar a responsabilização criminal do maior número possível de membros da quadrilha.
Além das prisões e buscas, a Justiça Federal decretou o afastamento dos sigilos bancário e fiscal dos investigados e o seqüestro e indisponibilidade dos seus bens, direitos e valores.
Os investigados responderão pelos crimes de tráfico internacional de drogas e associação para o tráfico (arts. 33, caput, e 35, caput, c/c art. 40, I, da Lei n° 11.343/2006), com penas que podem ultrapassar 25 anos de reclusão. Além disso, alguns dos envolvidos responderão por lavagem de dinheiro (art. 1º, incisos I e VII, da Lei nº 9.613/98), cuja pena pode alcançar 10 anos de reclusão.
O nome “Operação Araguaia” faz alusão à região escolhida como base operacional pelos integrantes da organização criminosa.
Após interrogados, os presos serão encaminhados para a Penitenciária Central do Estado em Cuiabá/MT, onde permanecerão à disposição da Justiça Federal.