As consequências do incêndio que destruiu pelo menos 15 madeireiras e mais de 60 casas em Marcelândia (210 km de Sinop) já podem ser percebidas em outras regiões, onde a fumaça tomou conta do céu. O vento forte espalhou fumaça para muitas outras áreas e, "somada" a de outros focos de queimadas em florestas e matas deixaram o clima carregado em muitas cidades onde a quinta-feira começou com tempo fechado.
Os prejuízos causados pelo incêndio, que ganhou grandes proporções ontem, começam a ser contabilizados. Conforme o jornal eletrônico Só Notícias informou, mais de 100 pessoas desabrigadas foram levadas para escolas municipais e salão paroquial da Igreja Católica, onde ficarão nos próximos dias. Precisam de roupas e comida. Posteriormente, contarão com solidariedade para ganharem alguns móveis e recomeçarem a vida.
Equipe dos bombeiros e defesa civil participam do controle do incêndio. Aviões também foram enviados ao município para controlar as chamas.
Ontem as primeiras informações eram preocupantes pois as chamas que aterrorizavam os moradores de Marcelândia (210 km de Sinop) que não tiveram uma noite desesperadora, aguardando que hoje dois aviões pudessem combater as chamas. Juntos eles têm capacidade para jogar 4,5 mil litros de água.
O "socorro" chegou tarde (o fogo começou a ganhar grande proporção por volta das 12h), mas é indispensável porque o saldo do "incêndio gigante" é arrasador: pelo menos 15 madeireiras atingidas - maioria foi destruída totalmente. Outras tiveram parte da estrutura afetada. São cerca de 60 casas que também foram completamente destruídas além de um bar e uma mercearia.
As primeiras equipes dos bombeiros e Defesa Civil chegaram na tarde de ontem a Marcelândia. Um helicóptero está dando apoio. Os oficiais sobrevoaram a área e repassaram informações para as cúpulas e a Casa Militar do Governo Estadual que definiram a operação emergencial. "Montamos uma estrutura inicial de combate, orientando a população, atendendo prioridades. As chamas ainda estão fortes e a situação continua crítica. Estamos fazendo combate efetivo ao fogo e trabalho preventivo. Mas ainda não temos em levantamento exato da área destruída. Mas é grande", afirmou, ao Só Notícias, o major Aluizio Metelo Junior, do Corpo Bombeiros, que está em Marcelândia.
As imagens são semelhantes a de um filme de terror. A destruição deixou rastro quilométrico. Conforme Só Notícias já informou, começou no lixão, perto do setor industrial e passou para algumas áreas rurais. O vento forte fez as chamas se espalharem e atingiram um barracão de madeireira passando para a primeira colônia (conjunto de casas de madeiras usadas pelos funcionários). As madeireiras e casas ficavam próximas uma das outras. As chamas altas e o vento forte fizeram com que, cada vez mais, o fogo aumentasse, causando muito mais destruição e desespero.
Marcelândia não tem Corpo de Bombeiros. Mas, sua gente, tem muita solidariedade. Não demorou muito para que dezenas de pessoas passassem a ajudar os que estavam na "linha do fogo". Móveis, roupas, comida e demais pertences eram retirados das casas e colocados no outro lado da rua. Pás carregadeiras arrastavam madeira e toras que estavam nos pátios de outras madeireiras. Parte dos maquinários também foi salva. Mas com o avanço rápido do jogo, pouco foi salvo. Alguns poucos tanques, rebocados com tratores e com bombas, jogavam pequena quantidade de água. A rede elétrica foi desligada para evitar mais problemas.
O desespero tomava conta de empresários, funcionários, mulheres, crianças. 84 foram encaminhadas para o hospital municipal, com intoxicação da forte fumaça e alguns com queimaduras. Cerca de 14 ainda permancem hospitalizadas para terem outros cuidados. Nenhuma corre risco de morte.
Mais de 100 pessoas desabrigadas foram levadas para escolas municipais e salão paroquial da Igreja Católica, onde ficarão nos próximos dias. Precisam de roupas e comida. Posteriormente, contarão com solidariedade para ganharem alguns móveis e recomeçarem a vida.
Ainda não é possível calcular o prejuízo com a destruição das madeireiras. Nesta 5ª, após os focos serem debelados, é que começa ser feito levantamento. A tragédia terá forte impacto na economia de Marcelândia, que tem a atividade florestal como um dos fortes pilares.
Só Notícias/Karoline Kuhn