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Soledad Gallego-Díaz deverá ser a primeira mulher a dirigir o jornal espanhol El País, de atuação cada vez mais global e online, fundado em 1976. O nome da jornalista foi indicado pelo executivo-chefe do grupo PRISA, que edita o diário, e presidente do Conselho de Administração do El País, Manuel Mirat, para o lugar ocupado atualmente por Antonio Caño, que continuará vinculado ao jornal.
A substituição, conforme prevê o Estatuto da Redação do El País, foi comunicada na quarta-feira (6) ao Comitê de Redação e seria submetida nesta quinta-feira (7) a uma votação consultiva entre a equipe do jornal. Uma vez recebido o resultado da consulta, o Conselho de Administração do EL PAÍS procederá a formalizar a nomeação. Caño continuará vinculado ao jornal.
A carreira de Soledad Gallego-Díaz (Madri, 1951) está ligada ao El País há mais de quatro décadas. Ingressou no diário imediatamente depois de sua fundação e atuou na cobertura política durante a transição do franquismo para a democracia. Ela foi uma das responsáveis por publicar com exclusividade o esboço da Constituição Espanhola de 1978.
Ao longo dos anos, também ocupou o cargo de correspondente internacional em Bruxelas, Londres, Paris e Nova York. Foi subeditora, diretora-adjunta e também ombudsman. Nos últimos anos escrevia semanalmente sobre política. Gallego-Díaz recebeu vários prêmios ao longo de sua carreira, como o Salvador de Madariaga, o Margarida Rivière, o Francisco Cerecedo e o Cirilo Rodríguez. Em maio deste ano, obteve o Prêmio Ortega y Gasset por sua trajetória profissional.
Antonio Caño, que ocupava o cargo de diretor desde 2014, comandou uma das maiores guinadas realizadas pelo diário. Em 2016, enfrentando a sangria constante na circulação em papel e nas receitas publicitárias, ele anunciou a conversão do jornal a produto "essencialmente digital" e "cada vez mais americano".
Sob seu comando, o jornal superou a barreira dos 100 milhões de visitantes únicos mensais, o que situa o El País entre os dez jornais mais lidos do mundo. Ao mesmo tempo, durante a direção de Caño, o jornal estendeu sua presença na América Latina e se transformou em referência imprescindível da atualidade em países como México, Brasil, Argentina e Colômbia.
Caño é ligado a Juan Luis Cebrián, fundador e primeiro diretor do El País, que deixou a presidência do grupo PRISA em maio deste ano.
ANJ