Em reunião com cerca de 30 ministros de Estado, em Paris, o diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Roberto Azevêdo, cobrou na semana passada (31) que as autoridades protejam o sistema de negociações da agência da ONU. Lembrando o sucesso do órgão em prevenir uma escalada do protecionismo durante a crise econômica de 2008, dirigente pediu esforços para superar o bloqueio de Estados-membros a nomeações para cargos essenciais.
“O sistema só permanecerá resiliente e funcional na medida em que seus membros queiram (isso). Vocês têm de usar o sistema, trabalhar para melhorá-lo e erguer suas vozes em sua defesa”, afirmou Azevêdo em evento paralelo às reuniões da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
O diretor disse ainda que as atuais tensões comerciais entre os países são uma “preocupação bastante real” para a agência da ONU.
Segundo o chefe da OMC, o mecanismo de solução de controvérsias tem “importância sistêmica” para as negociações. O especialista pediu urgentemente que ministros “redobrem os esforços” para superar o bloqueio de nomeações para o órgão de apelação da instituição.
“Em 2008, a OMC passou pelo teste da maior crise econômica que o mundo viu em quase 80 anos. Ela não apenas resistiu à tempestade. Ela fez o trabalho para o qual foi criada, ao prevenir uma corrida ao protecionismo. Vimos, então, a resiliência do sistema e seu valor fundamental para a economia global. Mas isso não deveria nos levar a complacência”, acrescentou o chefe da OMC.
“O sistema foi construído para resolver esses problemas (tensões comerciais) de modo a prevenir escaladas. Fizemos isso com bastante sucesso em muitos ocasiões anteriores — e estamos a postos para desempenhar esse papel mais uma vez.”