A organização não-governamental (ONG) de defesa à liberdade de expressão Repórteres Sem Fronteiras (RSF) advertiu nesta quinta-feira (28) que 2018 tem sido muito mais violento que 2017 para o jornalismo. No primeiro semestre deste ano, foram assassinados 47 jornalistas ou colaboradores por causa da profissão, enquanto no mesmo período do ano passado a entidade constatou 34 homicídios de comunicadores. Ao todo, foram mortos 65 jornalistas em 2017.
Nestes seis primeiros meses, o Afeganistão lidera o ranking da violência, com 11 mortes, seguido da Síria (7). O México (5), que tem eleição geral no próximo domingo (1º de julho), e o Iêmen (5) se situam igualmente entre os países mais perigosos para os jornalistas, segundo os números de violações à liberdade de imprensa divulgados pela ONG, que reafirmou hoje seu compromisso com os ameaçados.
No Afeganistão, as mulheres jornalistas são "particularmente vulneráveis em um país onde a propaganda fundamentalista se aplica em várias regiões", segundo comunicado da entidade. Além dos 11 jornalistas assassinados, "outros muitos são ameaçados de forma permanente pelas diferentes partes em conflito".
A RSF acrescentou que a Síria e o Iêmen são "verdadeiros buracos negros da informação", com várias vítimas entre os poucos jornalistas que trabalham no terreno. Muitos, disse a ONG, não têm outra opção a não ser deixar o ofício e inclusive os países pelas ameaças. O México, ressaltou a RSF, segue como o país mais perigoso do continente americano para os repórteres, com esses cinco assassinatos e ameaças a outros 14 profissionais.
A RSF informou que ao Afeganistão, Síria, Iêmen e México está dirigido um terço de todo seu orçamento para apoiar aos jornalistas através do mundo, que entre outras coisas destina à segurança e os ajuda a enfrentar as necessidades mais urgentes se precisam fugir.
ANJ