O comitê da ONU com foco em prevenção ao crime e justiça criminal realizou sua sessão anual em Viena pedindo uma resposta global mais integrada a desafios contínuos, entre eles o cibercrime.
Yury Fedotov, diretor-executivo do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), reforçou a importância da cooperação para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e combater a ameaça dos crimes virtuais.
Um esforço internacional para “melhorar a aplicação da lei em todos os países, além de prevenir e combater o cibercrime, são indispensáveis”, afirmou o diretor.
“Eu tenho o orgulho de dizer que a Comissão e o UNODC têm realizado parcerias efetivas e pragmáticas para fortalecer esforços nessas áreas”, completou, reforçando que o treinamento de policiais, procuradores e juízes é necessário para “educar comunidades e proteger pessoas, sobretudo crianças”.
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, em sua primeira visita oficial a Viena no cargo, afirmou que o cibercrime é uma área na qual ainda há muito trabalho a ser feito e nenhum tempo a gastar.
“Novas tecnologias, incluindo ‘big data’ e ‘analytics’, inteligência artificial e automação, estão inaugurando uma era transformadora, às vezes chamada de quarta revolução industrial”, acrescentou, explicando que, apesar dos benefícios de tal progresso, esses avanços também viabilizam novas formas de crime.
“Estima-se que o cibercrime seja responsável por gerar cerca de 1,5 trilhão de dólares todo ano. E, como acontece na maioria dos crimes, os alvos são os mais vulneráveis”, disse o chefe da ONU, ressaltando a necessidade de um grande esforço coletivo para garantir que essas tecnologias sejam usadas para o benefício de todos.
Ao longo dos próximos dias, a sessão discutirá soluções para lidar com a prevenção ao crime e justiça criminal no contexto da Agenda 2030. Além disso, também serão abordadas formas de prevenção e combate ao tráfico humano, acesso a auxílio legal e justiça restaurativa, entre outros assuntos.