O Banco Mundial anunciou na quarta-feira (19) que a extrema pobreza está diminuindo no mundo, mas a um ritmo cada vez mais lento.
De 1990 a 2015, o percentual de extrema pobreza passou de 36% para 10% da população mundial, com queda média de um ponto percentual ao ano. No período, mais de 1 bilhão de pessoas deixaram de viver abaixo da linha de pobreza extrema, com menos de 1,90 dólar ao dia.
No entanto, nos dois últimos anos desse intervalo, ou seja, de 2013 a 2015, a queda foi menos intensa. A análise do Banco Mundial indica que, se essa tendência se mantiver, será mais difícil erradicar a extrema pobreza até 2030.
Segundo os dados mais recentes, relativos a 2015, 736 milhões de pessoas ainda viviam com menos de 1,90 dólar ao dia. Estima-se que, em 2018, a taxa de pessoas em pobreza extrema chegará a 8,6%, a menor da história. No entanto, apesar desse enorme progresso, os percentuais continuam altos nos países afetados por conflitos e instabilidade política.
O declínio lento da pobreza também tem a ver com a queda nos preços das matérias-primas e outros problemas econômicos nos países em desenvolvimento.
O cenário mais desafiador é o da África Subsaariana, onde 40% da população é extremamente pobre. O percentual deve permanecer em dois dígitos até 2030, se não houver mudanças significativas nas políticas públicas.
Na região da América Latina e do Caribe, 4% da população ainda vive com menos de 1,90 dólar ao dia, o correspondente a 26 milhões de pessoas.
Para dar fim à extrema pobreza até 2030, segundo o Banco Mundial, os investimentos em saúde e educação, que formam o capital humano, precisam aumentar. A instituição publicará em 17 de outubro, Dia Mundial para Erradicação da Pobreza, um novo estudo sobre esse tema.