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O jornalismo pode sobreviver e crescer em um mundo dominado pelas mídias interativas digitais que conquistam e engajam cada vez mais pessoas por meio de seus atraentes aplicativos disponíveis em milhares de smartphones, portas de entrada para redes sociais e sites de busca. A opinião é de Josh Schwartz, principal cientista de dados da Chartbeat, empresa que presta consultoria em audiência a mídias. Para tanto, defende, os publishers precisam fazer o mesmo que os gigantes de tecnologia: explorar ao máximo o uso de aplicativos. É por meio deles, diz, que se conquista mais engajamento e lealdade da audiência.
Usuários que clicam diretamente em aplicativos, relata o Behind Local News, página especializada hospedada no site Medium, visitam sites ou plataformas na web 9,2 vezes por semana, enquanto o número daqueles que entram por meio de notificações por push visitam 6,6 vezes por semana. Esses usuários seriam como uma versão digital do assinante de publicações impressas, seis dias por semana; a espinha dorsal para muitos desempenhos de circulação de jornais, diz o Behind Local News .
Schwartz sustenta que, além dos aplicativos, há outras boas notícias para os publishers diante da migração para os smartphones. As visitas médias diretas, segundo os dados da Chartbeat, estão em 6,1 vezes por semana, acima das 5,4 vezes no computador. O visitante médio do Facebook para sites de notícias ingressa 1,4 vez por semana no desktop, comparado a 1,9 no celular. O uso do Twitter também aumenta de 1,4 para 1,6 vez por semana. “Os visitantes que optam por abrir nossos aplicativos são, de longe, os usuários mais fiéis: 9,2 vezes por semana; é bastante notável”, diz cientista de dados da Chartbeat.
Há tráfego mesmo sem Facebook
Em recente conferência da Online News Association, realizada em Austin, Texas (EUA), Schwartz aproveitou a recente falha do Facebook, que em 3 de agosto permaneceu quase inacessível por cerca de 45 minutos em várias regiões do mundo, para mostrar como os publishers têm alternativas viáveis para não depender do tráfego vindo da rede social norte-americana, cada vez mais reduzido.
No período em que o Facebook enfrentou problemas, a Chartbeat, verificou aumento de 11% no tráfego direto (quando um usuário digita uma URL) para os sites de notícias, de 22% via aplicativos e de 8% por meio de pesquisa na web. “Parece que, em um mundo sem o Facebook, os consumidores provavelmente buscariam notícias dos publishers diretamente, particularmente em seus aplicativos”, disse Schwartz, lembrando que se trata apenas de uma amostra. “O Facebook está tão intimamente ligado ao uso móvel habitual que é difícil dizer o que realmente aconteceria se isso [a ausência da rede social] fosse mantido. Mas é interessante considerar a ideia."
ANJ