Em meio à pressão do governo de Nicolás Maduro para que a mídia não relate o agravamento da crise venezuelana, o Sindicato do Trabalhadores da Imprensa da Venezuela (SNTP, na sigla em espanhol) denunciou na quarta-feira (10) que jornalistas receberam ameaças por informar a morte do vereador de oposição Fernando Albán. “Sabemos de ameaças contra jornalistas que informaram sobre a verdade por trás da morte Fernando Albán. Estamos em estado de alerta”, publicou o SNTP no Twitter.
Albán havia sido detido na sexta-feira (5) da semana passada por vinculação ao suposto e frustrado atentado de agosto contra o presidente Nicolás Maduro. Foi preso ao chegar dos Estados Unidos e levado à sede do Serviço Bolivariano de Inteligência (Sebin). Na segunda-feira (8), o ministro do Interior, Néstor Reverol, informou que, enquanto estava na sala de espera da sede do Sebin, o vereador “atirou-se por uma das janelas das instalações, e a queda ocasionou sua morte”.
Em outra versão do suicídio, o promotor designado pelo Parlamento chavista paralelo, Tarek Wililam Saab, disse que o detido pediu para ir ao banheiro e se lançou do décimo andar do prédio. Ele também destacou que autópsia do corpo Albán revelou que “não havia evidência de maltrato físico anterior à queda”.
O Parlamento venezuelano, de maioria opositora, responsabilizou o governo do que qualificou como homicídio. O Alto Comissariado de Direitos Humanos das Nações Unidos afirmou que o caso será investigado e fará parte de um novo relatório sobre as violações de direitos humanos na Venezuela.
ANJ