Dispor de conhecimentos tecnológicos sobre as diferentes etapas do cultivo da bananeira tem sido uma necessidade crescente dos diversos segmentos dessa cadeia produtiva no Acre. Para suprir essa demanda, a Embrapa lançou o Sistema de Produção de Banana, publicação que reúne informações e tecnologias desenvolvidas e adaptadas para a cultura no Estado. A obra, publicada em versão online, no primeiro semestre de 2017, representa uma rica fonte de consulta para pesquisadores, extensionistas, estudantes, produtores e profissionais de órgãos de fomento à produção agrícola entre outros públicos.
. |
O conteúdo contempla orientações técnicas para todas as etapas do cultivo da banana, desde a escolha da área, implantação e manejo do bananal, controle de pragas e doenças e manejo dos frutos na colheita e pós-colheita, considerando particularidades locais de clima e solo, até informações sobre o mercado da fruta. Além disso, incluem informações sobre coeficientes técnicos e custo de produção entre outros aspectos relacionados à bananicultura acreana.
Segundo a pesquisadora da Embrapa Acre, Sônia Nogueira, uma das editoras da publicação, esse conjunto de informações é fruto do esforço coletivo de uma equipe multidisciplinar de profissionais da Empresa, nos últimos 30 anos. “Disponibilizar esse conjunto de informações, de forma sistematizada, visa contribuir para a melhoria da produtividade e qualidade da banana no Estado, com benefícios para as famílias rurais, por meio da elevação da renda, e para o consumidor, que poderá contar com frutos com melhor qualidade”, afirma.
Específico e abrangente
Segunda cultura permanente do Acre, superada apenas pela mandioca, a banana é a principal frutífera do estado. Cultivada em todos os municípios, ocupa uma área de sete hectares e representa fonte de trabalho e renda para mais de sete mil famílias rurais. Devido à importância socioeconômica da cultura, há mais de três décadas a Embrapa, em parceria com outras instituições, investe em ações de pesquisa e transferência de tecnologias com foco no desenvolvimento da produção no Estado. Entre as principais tecnologias abordadas na publicação, estão as cultivares (tipo prata e maça) resistentes a doenças e o método de controle químico da Sigatoka-negra, principal doença da bananeira.
Para o secretário de agricultura e pecuária do Estado, José Carlos Reis, o Sistema de Produção de Banana é uma ferramenta estratégica para o desenvolvimento dessa cadeia produtiva por congregar dados científicos atualizados para a cultura. “É fundamental que distintos atores envolvidos com o setor produtivo, especialmente agrônomos e técnicos da extensão rural, se apropriem desse conhecimento e atuem como multiplicadores junto às comunidades rurais”, destaca.
Na opinião de Sônia Nogueira, o diferencial da publicação consiste em organizar, em um só lugar, uma gama de informações para facilitar o acesso a conhecimentos essenciais para a cultura. “Ao mesmo tempo em que permite conhecer aspectos específicos da produção local, proporciona uma visão geral sobre o cultivo da fruta, a partir de resultados de pesquisas desenvolvidas no Estado. Seguir recomendações da pesquisa é essencial para obter sucesso na produção”, afirma a pesquisadora.
A vasta oferta de conhecimento técnicos sobre a cultura da banana também poderá contribuir para a adoção de critérios necessários à implantação do Sistema de Mitigação de Risco (SMR) da sigatoka-negra no Acre, conjunto de medidas para controle da doença, instituído por portaria do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), com o objetivo de reduzir o impacto nas lavouras e possibilitar a produção. A sigatoka-negra representa um entrave para a comercialização da produção com estados considerados livres da doença ou que já implantaram o Sistema de Mitigação de Risco. Atualmente, a banana acreana é vendida apenas para Rondônia.
Disponível em formato digital, a publicação também ganhará uma versão impressa. Para acessar o documento em PDF, clique aqui.