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A produção chia, chia e ninguém dá bola. Chia de novo, diz que os preços estão ao sul do seu custo e ninguém dá bola. O governo faz como sempre: fala grosso, promete soluções, não as toma e, de carinho em carinho, vai empurrando com a barriga. A indústria, dentro do usual sorrateirismo fica quietinha, faz que não é com ela e até chora se preciso. Lágrimas artificiais.
A exemplo do arroz, a produção de leite do RS, encurralada com a concorrência dos muchachos, que fazem os preços daqui estacionarem na ladeira de baixo, sugere redução de 10% da produção. Vendo-se ameaçados, os donos dos laticínios, sob risco de ter que pagar mais pela matéria-prima, não aceitam e acham que não é por ai. Os governos também torcem a cara, pois dá trabalho se indispor com “as administrações parceiras”.
Esses dois casos são uma prova da necessidade de a produção estar junta. E o fim do ano é um momento excepcional para refletir sobre a importância de apoiar entidades e lideranças comprometidas com os seus pares. É hora de parar de estalar beiços e se conformar, esperando por milagres que não acontecem e heróis que não existem. É hora de mudar alguma coisa, ou chegaremos ao final de 2018 com os mesmos dramas.
Vamos reduzir área plantada, vamos reduzir a ordenha? Vamos, mas como? Como será combinado isso? Como convencer o maior número de produtores? Ações que parecem simples, mas que precisam de planejamento. Mais do que isso, de execução. Ao contrário, anúncios desta ordem serão sempre vistos como blefe. Mas atenção: não são para os produtores uruguaios, paraguaios ou argentinos que a produção gaúcha de arroz e leite deve apontar canhões. Os inimigos são domésticos e é preciso estratégia para enfretá-los.
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