O prefeito de Tangará da Serra, Júlio Cesar Ladeia, nega as acusações e diz que as denúncias são da oposição |
Presidente da Associação Mato-grossense do Ministério Público (AMMP), o promotor de justiça Vinícius Gahyva foi a Tangará da Serra (239 quilômetros de Cuiabá) cobrar da Justiça e da Câmara de Vereadores atitudes sobre a administração do prefeito Júlio César Ladeia (PR). A Promotoria aponta morosidade da Justiça neste caso e por isso protocolou uma representação na Corregedoria do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT).
A AMMP é a entidade que representa os promotores e foi ao município para apoiar a ação de improbidade administrativa apresentada pelo promotor local, Antônio Moreira da Silva.
Um dos pontos questionados por Gahyva é em relação a atitudes diferentes do magistrado do município, Cláudio Roberto Guimarães, da 4ª Vara Cível de Fazenda Pública.
Moreira protocolou a ação de improbidade há aproximadamente um ano e esta ainda não foi julgada por Guimarães, mesmo sendo um pedido cautelar, que demanda urgência.
Entretanto, a ação por danos morais apresentada por Ladeia ao promotor está “caminhando”. Além do presidente, foi para Tangará um dos diretores da associação, Reinaldo de Oliveira Filho.
A assessoria de imprensa da Corregedoria do TJMT informou que as queixas apresentadas à instituição são todas apuradas, quando são solicitadas informações ao juiz acusado para dar sua versão sobre a reclamação.
“Já que o juiz da 4ª Vara Cível não afastou o prefeito, que a Câmara o faça”, disse Vinícius Gahyva. O presidente da Casa, vereador Miguel Romanhuk (DEM), afirmou que a sessão ordinária de ontem foi um “dia histórico” pela mobilização dos parlamentares e da sociedade. Desde a semana passada o vereador aguarda uma manifestação da população na sessão dessa segunda.
“As denúncias são graves e há grandes chances dele ser afastado. Não são só 27 denúncias, são bem mais. Após a votação, eu lhe passarei todas elas”, disse o presidente da Câmara.
O prefeito de Tangará da Serra sofre a terceira comissão especial de investigação (CEI). A primeira foi criada para apurar suposta participação de Ladeia no caso de desvio de dinheiro público pela organização social de interesse público (oscip) Idheas, contratada para gerir a Saúde no município.
A segunda comissão surgiu para aferir as denúncias do ex-secretário municipal de Fazenda, José Martinho Filho, que acusou a gestão local de corrupta logo após ser demitido.
O republicano disse que a demissão aconteceu por “incompetência” do ex-secretário e questionou que ele provasse todas as acusações feitas.