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O estudo de um monumento histórico, idealizado pelo artista plástico Humberto Espíndola em homenagem aos 300 anos de Cuiabá, chamado “Monumento ao Carro de Boi”, foi apresentado no último fim de semana na Arena Pantanal, em uma exposição dentro da réplica do Museu Casa de Guimarães - Sala de Memória.
A proposta é de uma escultura que pode ser instalada no ambiente aquático. Ela é composta por sete hastes de aço, com a representação de um par de chifres de boi de canga em cada ponta, feitos de resina e pó de mármore sobre estrutura de ferro e tela de arame, imitando a textura e o cromatismo natural do chifre bovino. Mais duas hastes sustentam as rodas, representadas por círculos de aço com desenhos estilizados diferentes em cada uma, de forma que o espectador possa perceber novos desenhos nos recortes de entremeio ao circular em torno da obra.
A escultura pode chegar a 13 metros de comprimento, medindo a partir da primeira haste, e até 3 metros de largura. Ao falar um pouco do “Monumento ao Carro de Boi, o artista Humberto Espíndola ressaltou o objetivo de homenagear os 300 anos de Cuiabá. “Tive uma visão minimalista, substituí o boi por chifres e rodas flutuando, como o carro de Netuno, o Deus das Águas, por isso a ideia de levá-lo para água. O estudo da escultura se baseia na presença do boi e das primeiras boiadas em Mato Grosso, que trouxe consigo essa estrutura agrária que se mantém forte até hoje. Depois do mito do ouro veio o berro do boi”, comentou o artista.
Para pensar em uma criação bem diferente do seu trabalho como artista plástico, Espindola diz que a inspiração vem do espaço e do tempo. “Faz parte da minha história, da minha descoberta como artista e de ter laços familiares com a região. Depois de conhecer Aline Figueiredo, eu me encontrei como artista. Meu verdadeiro guru é a pintura, onde encontro a verdadeira espiritualidade. Tenho muito das raízes cuiabanas, uma conexão que acompanhou minha vida toda”, explicou.
Por fim, afirma que o monumento é um desafio. “É um boi ancestral, uma iconografia para deixar para a arte da visualidade, de como eu vi a história de Cuiabá dentro da minha vida”, finaliza.