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O procurador-geral de Justiça, José Antônio Borges Pereira, prestigiou o lançamento do livro “Goiabeira de Baixo Goiabeira de Cima”, obra da procuradora de Justiça aposentada Lília Alves Fereira. A publicação é um recorte delicado de um dos bairros mais famosos de Cuiabá, um retrato da memória afetiva de sua ilustre moradora, uma obra de grande valor histórico e cultural. A praça do Cai-Cai foi o cenário do lançamento, que teve a presença de personalidades do mundo literário, a comunidade, amigos e familiares da escritora. A cerimônia de lançamento não poderia ser mais cuiabana ao unir religiosidade, chá com bolo e cultura popular.
Ao parabenizar a escritora pela obra e enaltecer o papel histórico da sua publicação, José Antônio Borges Pereira lembrou que no primeiro livro da autora, que fala sobre atos infracionais e recuperação de adolescentes, ele escreveu o seu prefácio. “Temos uma ligação com a dra. Lília, de carinho, por tudo que ela fez pelo Ministério Público e pelo envolvimento com crianças e adolescentes, área que atuei. Quando se aposentou foi cuidar das crianças com sua organização não-governamental. É uma mulher que acredita na vida, acredita na sociedade e acredita no ser humano, especialmente nas crianças e nos adolescentes”, destaca.
Cercada de amigos e familiares, a autora disse que além de ser uma declaração de amor a Cuiabá, a obra quer estimular outras pessoas a escreverem sobre seus bairros e comunidades. “Fico feliz por ter realizado esse sonho e por ter ao meu lado pessoas que eu amo e que eu quero que estejam sempre perto de mim. O livro é um convite aos moradores para que deixem seus apartamentos e conheçam o bairro onde vivem, conheçam sua história, venham para a praça. Este livro é uma homenagem à nossa querida Cuiabá tricentenária e ainda um estímulo para que outras pessoas também escrevam sobre seus bairros, sobre suas raízes”, conta emocionada.
A escritora Nilza Queiroz Freire, de 86 anos, imortal da Academia Mato-grossense de Letras (AML), analisa que para uma cidade que recebe cada vez mais um número maior de imigrantes é importante conhecer a história do lugar onde as pessoas escolheram para viver. “As pessoas não conhecem nossa história, nossa cultura, nossos valores, nossas crenças, nada disso. Tem gente que tem vergonha até da nossa fala, do nosso linguajar. Eu tenho é muito orgulho. A população precisa ler mais obras de autores regionais como fazem com outros autores. Temos grandes autores no nosso estado”, defende.
Amiga particular da escritora, Julieta Guimarães Martins, de 82 anos, é moradora do Cai-Cai desde os oito anos de idade. Figura presente no livro, lembra dos tempos que o bairro tinha uma estradinha de chão. “Antes ninguém queria morar no Cai-cai. Aqui era uma estradinha de chão. De bairro humilde, virou bairro nobre. Todo mundo agora quer morar no Goiabeiras. Fiquei muito feliz por ter sido convidada para dar meu depoimento ao livro, porque falar do nosso bairro é homenagear nossa comunidade”, completa.
O procurador-Geral de Justiça também informou que está prevista a revitalização da Praça do Cai-Cai em função do seu valor histórico e em memória de todos que foram enterrados no antigo cemitério, onde hoje está localizado aquele espaço. “É um livro importante para compreendermos o passado e, ao mesmo tempo pra nós moradores do bairro Goiabeiras que queremos ver a revitalização da praça, mais impulso para que esse espaço seja valorizado pela sua história e pelos moradores. Um bairro que acabou sendo central, mas que ainda guarda suas origens e deve ser preservado e respeitado”, enfatiza.