Ministra quer reduzir lucro de distribuidoras de gás
A ministra das Minas e Energia, Dilma Rousseff, estuda a possibilidade de redução da margem de lucro de toda a cadeia de produção e comercialização do gás de cozinha. A informação foi dada ontem pelo presidente da Federação Nacional das Associações do Comércio Varejista, Transportador e Revendedor de Gás Liquefeito de Petróleo (Fenagás), Jorge Lúcio da Silva, que se reuniu com a ministra, representantes da Petrobras, da Agência Nacional de Petróleo (ANP) e dos setores de distribuição e revenda de gás de cozinha para estudar uma possível redução no preço do produto.
O presidente da Fenagás disse à ministra que a redução no preço só pode ser alcançada se mexer na estrutura de preço do gás, reduzindo a carga tributária e eliminando os atravessadores. Segundo ele, os impostos representam 30% do preço final do gás. Ele disse que não foi sugerido na reunião o tabelamento de preços. Segundo Silva, na maioria das regiões o botijão de gás está sendo vendido com preço entre R$ 29 e R$ 32. A margem da revenda, informou, está hoje entre R$ 4 a R$ 4,50. No dia 11 a ministra terá uma nova reunião com o grupo.
Na segunda-feira, o presidente da Petrobras, José Eduardo Dutra, disse que é um absurdo a atual margem de lucro das distribuidoras de gás de cozinha (GLP) no País. Um terço do preço do gás ao consumidor é a margem das empresas, disse Dutra, isso é um absurdo e não existe em lugar nenhum do mundo.
Na semana passada, a equipe econômica deixou vazar informações de que estaria querendo dar um basta nos aumentos exagerados do preço do gás de cozinha no País. O caminho para punir os responsáveis seria os órgãos de defesa do consumidor, incluindo o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Nos últimos anos, o preço do produto subiu mais de 500% para o cliente final.