MT já exportou 911 toneladas de algodão para a China
É em um cenário otimista e em ascensão que o setor produtivo de algodão quer levar aos importadores chineses - mercado que mais se amplia para as vendas da pluma brasileira, e principalmente mato-grossenses -, durante a realização do Congresso Internacional de Algodão, que ocorre de 25 a 31 de outubro, em Jizhaigou, e do China Business Summit 2003, promovido pelo Fórum Econômico Mundial, e realizado no início de novembro, em Shangai.
A ascensão do setor pode ser conferida pelos números. Até agosto deste ano, Mato Grosso exportou para a China 911 toneladas, contabilizando volume de US$ 1 milhão (FOB), crescimento de 141,55% se comparado a igual período de 2002, que totalizou vendas externas de 514 toneladas, ou, US$ 414 mil. Para 2004 a tendência é de que o volume exportado na pauta do algodão triplique, não apenas em razão do comércio com China, mas como Índia e Tailândia, por exemplo, aponta o técnico do Centro Internacional de Negócios (CIN), da Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso, Emerson Moura.
Para o presidente da Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (Ampa), José Pupin, a ida à China reafirma o contato feito com os importadores da Ásia, nos meses de junho e julho, quando o Estado recepcionou duas comitivas de estrangeiros. Mesmo sem nos esquecermos de outros mercados estrangeiros, como Índia, Indonésia e Tailândia, por exemplo, é o mercado chinês o responsável pelo maior consumo de algodão em todo mundo, apesar de serem produtores desta cultura, a demanda é crescente e eles enfrentam problemas climáticos nesta safra, que reduziu volumes e comprometeu a qualidade, aponta Pupin.
Ainda segundo Pupin, a quebra da safra chinesa e o aumento do consumo são fatores que levaram as industrias têxteis daquele país a pedirem ao governo a ampliação das cotas de importação da matéria-prima, passando das 894 mil toneladas/ano, para 2 milhões de toneladas/ano. A redução dos estoques mundiais em 2004 de cerca de 1 milhão de toneladas - devido a problemas climáticos, em maioria - registrará o menor nível dos últimos nove anos-safra, acrescenta.
Somente para Ásia, foram exportadas em 2002, 36% das 185 mil toneladas que foram comercializadas no exterior pelo Brasil. O mercado espera elevar o número de exportações para 280 mil toneladas, um aumento de 55% em 2004 e fechar 2003 com 200 mil toneladas. Em 2001, quando houve a explosão do algodão no Estado, foram embarcadas 150 mil toneladas. Mato Grosso, representado por nove cotonicultores, dará suporte a participação do secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Ivan Wedekin, que fará palestra no evento, no dia 27, para ratificar que o Brasil retomará sua posição no ranking mundial dos grandes exportadores, já no próximo ano.
Wedekin apresentará números que comprovam que a cotonicultura brasileira vive um momento de franca recuperação, superando a crise enfrentada em meados da década de 90, quando houve uma forte queda na safra e que voltará a produzir cerca de 1 milhão de toneladas.
Segundo a assessoria do Ministério, a recuperação do setor veio com a sua modernização, por meio de investimentos em pesquisas e tecnologia, e migração da cotonicultura para o Centro-Oeste, que hoje detém 83% do cultivo. Mato Grosso produziu na safra 02/03 cerca de 50% da produção nacional de 855 mil toneladas.
Entre os números que serão apresentados por Wedekin está o avanço na produtividade. A colheita passou de 1.056 quilos por hectare na safra 90/91 para 3.010 quilos por hectare em 2002/03, um incremento de 185% no algodão de sequeiro. Performance só alcançada em culturas irrigadas do produto, como por exemplo a Austrália.
Com a apresentação de dados que consolidam nossa produção como de qualidade e confiável, vamos estar tendo a possibilidade de realizar novos contatos, ampliar mercado e embarcações. Fazemos um trabalho de marketing que certifica e ratifica nossa produção, justifica Pupin.