Empresários criticam Maggi por privilégio a Rondonópolis
Sábado 26 de Junho de 2004. 00:01 h.
Empresários criticam governo de Maggi
Diferentes necessidades, mas em comum a mesma reclamação. O empresariado de vários municípios de Mato Grosso afirmam que o governador Blairo Maggi tem dedicado tratamento diferenciado à cidade de Rondonópolis (210 km de Cuiabá) - onde tem residência - em detrimento das outras regiões. Segundo eles, basta ver o número “expressivo de empresas atraídas para a cidade”.
O desabafo foi durante o evento de posse de 60 presidentes de associações comerciais e empresariais e de sete vice-presidentes regionais da Federação das Associações Comerciais e Empresariais de Mato Grosso (Facmat). No meu município o índice de desemprego chega a 20%. Enquanto, isso, o governador leva a maioria das indústrias para sua cidade. A gente só vê anúncio da chegada de empresas em Rondonópolis, reclamou o presidente da Associação Comercial e Industrial de Barra do Garças (Acibaga), Carlos Henrique Fernandes.
Segundo ele, apesar disso, nos últimos dois anos sua cidade vem retomando o crescimento econômico, devido ao bom desempenho da agricultura, principalmente a soja, que fomenta o comércio e atrai público também para o turismo, ainda subutilizado ante seu potencial. Precisamos de uma ação mais efetiva do governo para atrair indústrias geradoras de emprego e renda, observou Fernandes.
Para o representante de Jaciara, presidente da Associação Comercial Ruraldo Nunes Monteiro, a cidade precisa de incentivo especialmente no setor de turismo, grande potencial também pouco explorado. O município vive basicamente das usinas de álcool e açúcar.
Monteiro afirma que a cidade espera a instalação de duas indústrias ainda este ano. Uma de fundição aguarda repasse de R$ 4 milhões do FCO (Fundo Constitucional do Centro-Oeste). A carta-consulta, segundo Monteiro, já foi aprovada pelo governo.
A outra, fabricante de PVC, está com processo de implantação bastante adiantado, pois trabalha com recursos próprios. No município do presidente da Associação Comercial de Tangará da Serra, Anilson Franchini, a carência é de investimento na capacitação de mão-de-obra.
Tangará se tornou um pólo de conhecimento, saúde e serviços. Temos cinco faculdades e um centro de tratamento médico de excelência. Atendemos mais de 10 municípios, a taxa de desemprego é pouca, quem está fora do mercado de trabalho não consegue vaga por falta de qualificação, precisamos do apoio do governo nesse sentido, pois com certeza a agricultura pode absorver essa mão-de-obra, assegurou.
Os presidentes participaram durante dois dias do
IX Encontro Estadual das Associações Comerciais e Empresariais de Mato Grosso e do I Projeto Empreender, ocorridos no Centro de Eventos do Pantanal.