As empresas do segmento de combustíveis aplicarão nas folhas de pagamento dos empregados aumentos de salário da ordem de 8,5% retroativos a março deste ano – percentual acima do IPCA/IBGE no período (5,89%). Com custos e benefícios indiretos a média representará 17% para o empregador, segundo contabilistas ligados a setor. O aumento faz parte da discussão da Convenção Coletiva de Trabalho do Sindipetróleo - Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo de Mato Grosso – e do Sintradepemt – Sindicato dos Trabalhadores no Comércio de Minérios e de Derivados de Petróleo de Mato Grosso. No estado são cerca de 15 mil empregados em 700 postos de revenda, o que representava em fevereiro um montante de R$ 10 milhões por mês em salários.
Pela convenção coletiva celebrada entre os dois sindicatos um frentista receberá por mês em média R$ 700,00 incluindo insalubridade, periculosidade, além de adicional noturno. Com benefícios indiretos, como, férias, 2 uniformes por semestre (calças, jalecos e sapatos), vale transporte, alimentação, seguro de vida, adicional por tempo de serviço, encargos, dentre outros, o custo para o empregador será de R$ 1.360,00. Os valores aumentam para outras funções, com chefe de pista, gerente e caixas.
Para a categoria o custo com pessoal representa um valor considerável, se se levar em conta a queda na venda dos produtos nos últimos seis meses causada pelo excesso de feriados e diminuição do poder de compra do consumidor. A abertura de novos postos – principalmente em Cuiabá, Várzea Grande e Rondonópolis - também interfere. O Sindipetróleo, com dados dos revendedores, calcula que de todos os fatores o percentual represente até 25% em queda nas vendas, além do aumento aplicado pela Petrobrás.
Para o presidente do Sindipetróleo, Fernando Chaparro, as empresas do setor estão cada vez mais atendendo as exigências dos consumidores com a introdução de novas tecnologias, tanto nos veículos quanto nos equipamentos de abastecimento. “Nossa mão de obra está sendo cada vez mais qualificada, o que vai exigir mais investimento tanto dos empregados quanto dos patrões” – salienta Chaparro.
Ele criticou o aumento dos combustíveis praticados pela Petrobrás, assim como outros bens e serviços, como energia elétrica (18%), telefonia (6,89%) e até as custas judiciais que ficaram 26,65% mais caras a partir de janeiro passado.