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“Inclusão é o privilégio de conviver com as diferenças”, com esta afirmativa a psicóloga e analista da Universidade Livre para a Eficiência Humana (Unilehu), Ana Beatriz Bossoni, iniciou o diálogo com servidores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT). A palestra ‘Inclusão de pessoas com deficiência’, realizada na manhã desta quinta-feira (18 de janeiro), marcou a acolhida de deficientes auditivos que passarão a compor o quadro de funcionários do TJMT.
A atividade aconteceu no Auditório Gervásio Leite, na sede do TJMT, em Cuiabá, e faz parte do projeto de inclusão social realizado pelo Tribunal em parceria com a Unilehu desde 2016. Como resultado, no ano passado dez deficientes auditivos foram contratados para trabalhar na sede do TJMT. Com a ampliação da parceria, a partir de agora serão 36, que atuarão na digitalização e validação de processos, tanto os oriundos do Primeiro Grau quanto os que serão enviados para os tribunais superiores.
Durante a palestra, foram abordados conceitos sobre os tipos mais comuns de deficiência e a linha do tempo sobre o processo de inclusão social, além de levantar reflexões sobre a importância da acessibilidade, empatia e respeito à diversidade. “A nossa sociedade ainda não alcançou a inclusão plena, mas ações como esta do TJMT representam um avanço muito importante nesse sentido. Inclusão é a cultura do respeito e o primeiro passo é reconhecer a importância de incluir essas pessoas no mercado de trabalho e investir em sensibilização e educação”, afirmou a palestrante.
De acordo com a coordenadora judiciária do TJMT, Karine Giacomeli, a palestra tem o objetivo de preparar os servidores para receber os novos colegas de trabalho, compreendendo suas necessidades. “Este é um projeto inovador do ponto de vista social e ousado do ponto de vista institucional. O Tribunal entende que a inclusão deve ir além da colocação no mercado de trabalho e que passa pela real interação entre as pessoas com deficiência e os colegas no ambiente de trabalho. Queremos possibilitar a melhor convivência e acolhimento possível para eles”, explicou.
Para a diretora-geral do Tribunal de Justiça, Claudenice Deijany Farias da Costa, trazer informação qualificada para os servidores é fundamental para o sucesso do projeto. “Como serviço público atento às demandas sociais, temos a missão de incluir estas pessoas. Este é um projeto lindo e com uma dimensão social muito importante e o conhecimento é essencial, pois nem sempre sabemos lidar com pessoas portadoras de deficiência”, destacou a diretora. Segundo ela, a meta do TJMT é “a cada dia abraçar um maior número de pessoas com deficiência”.
Oportunidades – A convivência diária entre ouvintes e deficientes auditivos é uma oportunidade de aprendizado para ambos. Para facilitar esse processo, o TJMT irá realizar uma oficina de Língua Brasileira de Sinais (Libras) nesta sexta-feira (19 de janeiro), ministrada pela equipe da Unilehu, a partir das 8h. Além de abordar termos e conceitos sobre a deficiência auditiva, a oficina irá ensinar aos participantes alguns sinais básicos de Libras, como cumprimentos e o alfabeto.
“Vamos começar pelo básico, para iniciar uma conversa, mas a gente sabe que com o tempo os ouvintes que se interessarem vão aprender mais sinais. A dica para todos é aproveitarem a oportunidade dessa convivência para aprender um com o outro, valorizando as potencialidades de cada um”, frisou Ana Beatriz Bossoni.
Já Gustavo Sanches, um dos 36 jovens com deficiência que trabalharão no TJMT, destaca a oportunidade única de crescimento profissional. “Tô muito feliz de ter um trabalho e ganhar meu salário. É importante para eu aprender mais e interagir com outras pessoas. Tudo isso é novo pra mim, mas vou me acostumar e estou gostando muito”, comentou o jovem com o apoio da intérprete da Unilehu Kamilla Faleiro. Após esta acolhida, os jovens iniciam suas atividades na próxima segunda-feira, dia 22 de janeiro.