Desde 2013, alunos da graduação da Escola de Direito do Rio de Janeiro (FGV Direito Rio) são incentivados a desenvolver habilidades de programação a partir da atividade complementar “Programação para advogados”. A iniciativa, pioneira do país, tem se tornado cada vez mais popular, atraindo interesse, inclusive, de estudantes de outras instituições – dois alunos da UFRJ participaram desta edição. No último dia 15 de dezembro foi realizado o encerramento da turma de 2017 e os participantes tiveram que apresentar o projeto final em um pitch de negócios para uma banca formada por professores e especialistas em lawtechs e projetos de interesse público envolvendo tecnologia aplicada ao Direito.
Quatro projetos foram apresentados durante o pitch: O “Law Docs” criou um ambiente customizado para produção de documentos jurídicos pré-prontos. Já o “PLRight” é uma base de dados de modelos e aplicações de regras de participação dos empregados no lucro da empresa. O “Basta”, por sua vez, consiste em uma aplicação mobile que permite o registro anônimo de instâncias de violência contra mulheres para aprimoramento estatístico, bem como denúncias específicas, tudo de maneira integrada aos sistemas governamentais. Por fim, o portal “Elaw” conecta clientes aos advogados dispostos a atendê-los, permitindo buscas por região, área de atuação e conta com atribuição de feedback aos advogados com base na qualidade de seu atendimento.
A banca, que a cada ano traz pessoas com diferentes backgrounds e experiências, foi composta pelos professores pesquisadores da escola, João Manoel de Lima e Junior e Bruna Castanheira. Também participaram as especialistas Gabriella Arienne e Giullia Jaques que têm experiência destacada em Hackathon e no Mind the Gap do Google. A banca contou também com a Lindalia Junqueira, CEO da Ions Innovation e participante da Direx Gávea Angels, do Board da MIT Technology Review, do Conselho Finep e do CTSMART. Como diretora de Inovação na Estácio, criou o Espaço NAVE (Núcleo de Aceleração e Valorização do Empreendedorismo), eleita a melhor aceleradora do Brasil pelo Bizpark Awards 2015. Atualmente, Lindalia está dedicada a montar a primeira aceleradora de lawtechs do Brasil, no Rio de Janeiro.
Como nos anos anteriores, o currículo incluiu capacitação em JavaScript, Python e MySQL. As aulas são coordenadas pelo professor da FGV Direito Rio, Ivar A. Hartmann. Nesta edição, a disciplina foi lecionada em conjunto com o professor Fernando Correia Jr., engenheiro-líder do projeto Supremo em Números.
Além dos dois alunos da UFRJ que participaram da atividade eletiva durante o semestre, um outro fato positivo marcou esta edição do curso. Pela primeira vez, a turma foi formada por mais de 50% de mulheres matriculadas, o que comprova o crescente interesse feminino pela área de programação.