A Rádio MEC FM deu início as comemorações dos seus 35 anos de fundação com peças para piano do músico neozelandês Denis Smalley. As celebrações estão sendo realizadas na Sala Sala Cecília Meireles, na Lapa, no centro do Rio.
As comemorações da emissora, carinhosamente chamada de MEC FM, serão abertas ao publico e também gravadas pela TV Brasil.
As atrações confirmadas para o espetáculo são do grupo de música antiga Codex Sanctissima, o Quinteto de Metais OPES, o Quarteto de Cordas da OSN (Orquestra Sinfônica Nacional), o Trio da Orquestra Sinfônica Brasileira, o Trio Corcovado, o pianista José Wellington, o duo de jazz formado por Alma Thomas e Thiago Trajano e o choro da rua com Silvério Pontes.
Ícone em todo o país como uma emissora voltada para a transmissão de músicas clássica, erudita e de grandes concertos e gêneros musicais raramente tem espaço em outras emissoras, a MEC FM (99,3 Mhz) surgiu em 10 de maio de 1983, a partir de um desdobramento da programação educativa da Rádio MEC AM 800kHz, criada por Edgard Roquete Pinto, pioneiro na radiodifusão no país.
Atualmente com 85% de sua grade de programação dedicada à transmissão de música clássica e de concerto, a emissora leva ao ar diariamente grandes compositores brasileiros e internacionais de todos os tempos, além do jazz, choro, da bossa nova e música instrumental.
Ao falar sobre a comemoração pelos 35 anos da criação da emissora,Thiago Regotto, gerente das rádios MEC e MEC FM, lembra o desdobramento das emissoras. “A gente celebra hoje os 35 anos que a emissora colocou a seu canal de FM. E esse projeto é um desdobramento da própria rádio MEC, que foi doada por Roquete Pinto em 1936 e também pela Rádio Sociedade, neste caso a primeira emissora do país. Costumo dizer que a rádio MEC FM é neta do Roquete Pinto tendo em vista que a Rádio Sociedade, que é a atual MEC AM era chamada por Roquete Pinto de minha filha”.
“A gente faz uma programação voltada para a música clássica, um segmento muito carente no Brasil, com pouco espaço para divulgação, mas importante para o país e para a formação de novos ouvintes e que tenham preferência musical diferenciada e mais apurada”, disse.
“É por isso que a gente tem aí uma programação que vai desde a música antiga, período da música medieval, da renascentista e da barroca, até a produção contemporânea feita hoje no Brasil e no mundo”, explicou Regotto.
Nesses 35 anos a emissora se consolidou como poucas rádios dedicadas à música clássica semelhante as rádios como a BBC 3, de Londres; a Antena 2, de Portugal; e a Nacional Clássica, de Buenos Aires.
Assíduo ouvinte da MEC FM, o ator Paulo Betti admite que utilizou a emissora para encaixar uma música com trilha sonora de um filme. “Costumo escutar a MEC FM no carro e a acho ávida, com música de qualidade, informações. Já cheguei a telefonar para a emissora com objetivo de indagar sobre o nome da música que havia acabado de ouvir enquanto dirigia - e acabei colocando-a como trilha sonora de um filme que fiz”, disse a Agência Brasil.
Para o ator, a MEC FM “é muito inteligente em sua programação: e quero estar junto neste momento comemorando o seu aniversário, para que cada vez mais ela se fortaleça. A emissora é muito importante para todos nós brasileiros e também para nossa cultura”.
Em busca do público jovem
Mesmo mantendo a tradição e garantindo a qualidade e seletividade musical de sua programação, a MEC FM procura se modernizar em busca do público jovem. Programas como Blim-blem-blim (apresentados todos os sábados às 12h) e Tim Rescala; música clássica para crianças e o Clássicos do Ouvinte, aos sábados e domingos às 13h (este último com músicas solicitadas pelos próprios ouvintes via whatsapp) são exemplos desta busca pelo novo.
As explicações partem do próprio gerente da emissora Thiago Regotto para quem o público tem mudado com o passar do tempo. “E a gente percebe hoje um publico muito jovem, na faixa de 20 anos, muito interessado por música clássica, principalmente a barroca. E com isso o próprio público da rádio tem mudado nos últimos anos refletindo a integração da emissora no cenário do Rio de Janeiro que trabalha a música clássica de uma outra forma”.
Regotto lembra que o perfil do público de hoje é diferenciado de outros participantes há cerca de dez anos, no Rio de Janeiro.“Trabalhos desenvolvidos não só pela MEC FM, mas também pelo Teatro Municipal, e pela Orquestra Sinfônica Brasileira - de procurar transformar e ampliar este público ao dialogar com novas plateias – tem mudado “muito” este cenário".
“Daí que a gente tem recebido um publico diferente do tradicional voltado para a música clássica. É um público em busca de novas experiências, de um novo som, de uma tranquilidade maior e que tem encontrado isso no dial [botão ou dispositivo que serve para fazer a sintonia de uma frequência de comunicação por rádio e televisão] do Rio de Janeiro, estado que não tem muitas opções de musicais, uma vez que praticamente as únicas rádios que tem se mantido original no dial do Rio desde a sua criação são as rádios MEC FM e MEC AM”, explicou Regotto.
ABr