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Economia
Segunda, 18 de setembro de 2017, 15h41

Conceitos de ética são debatidos com representantes dos setores da economia mato-grossense


Foto: Kamila Martins
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O ser humano assume posicionamentos, a todo instante, sobre determinados assuntos possuindo como base seus valores, crenças e ideologias. Nas organizações de todos os segmentos da economia, este quadro não é diferente. Inclusive, para tentar compreender se as atitudes adotadas com relação a esses posicionamentos são éticas, o sociólogo alemão Max Weber elaborou dois parâmetros: a "ética da convicção" e a "ética da responsabilidade".

 

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Com exemplos da realidade, o professor e pesquisador da Fundação Dom Cabral (FDC) Dalton Sardenberg explicou recentemente esses parâmetros em sua palestra "A Importância do Compliance na Gestão das Organizações", durante o evento Masterh Gente 2017, no Centro de Eventos do Pantanal. O encontro reuniu cerca de 800 gestores e lideranças de todos os setores da economia (pública ou privada), profissionais de gestão de pessoas, executivos, administradores, empresários e consultores.

 

"Pela 'ética da convicção', faço porque acredito e tenho conhecimento. Sou pautado por valores e normas. Guiado pela consciência. Por outro lado, existe a 'ética da responsabilização' – em que eu faço (ou não) porque tenho limite. Sou guiado por uma análise de riscos. É preciso ter equilíbrio entre ambas", pondera.

 

Doutor em governança corporativa pela universidade britânica de Birmingham, Sardenberg complementa que no meio profissional, por exemplo, a "ética da responsabilização" é fundamental para reforçar a "ética da convicção". "Quando vejo meu colega se dar bem uma, duas, três vezes, sendo que algo não está nos conformes, tenho que ter muita convicção para permanecer fiel aos meus princípios e aos meus projetos. Afinal, ele deverá ser responsabilizado", ressalta.

 

COMPLIANCE – Neste sentido, Sardenberg destaca que a crise institucional que o país enfrenta tem potencial para provocar uma revolução positiva no setor empresarial. Diante das investigações e escândalos acerca da corrupção, muitas organizações estão reagindo a este quadro com um mergulho interno – que, por sua vez, tem como objetivo promover mudanças em suas estruturas em prol de blindá-las dos problemas e contribuir para a sustentabilidade de seus negócios.

 

Área em crescimento no país, o Compliance – palavra em inglês que significa agir de acordo com a norma, mas também em conformidade com a ética e as regras de transparência – busca, entre suas medidas e desafios, por exemplo, instalar controles internos nas organizações em prol de evitar práticas fraudulentas e estimular denúncias anticorrupção. Isto, tendo como base o tripé cultura-comportamento-tomada de decisões.

 

"Estou otimista com o momento que estamos vivendo neste país. Precisamos, de fato, trazer ao máximo possível toda essa sujeira tão endêmica. Inclusive, temos que criar em nossas organizações a cultura do combate. Implantar mecanismos internos de controle. Devemos assumir este papel e combater a corrupção de dentro para fora. Este é um comprometimento que deve passar por todos os setores – desde a alta administração. Afinal, estamos ficando na 'rabeira' do mundo em competição", pondera.

 

De acordo com dados do World Competitiveness Yearbook (WCY) 2017, pesquisa mundial de competitividade do IMD (International Institute for Management Development), o Brasil está na 61ª posição no ranking de competitividade, caindo quatro colocações em relação ao ano passado e alcançando o antepenúltimo lugar entre as nações mapeadas. Ao total, foram avaliados no processo 260 indicadores.

 

ALERTA – Em Mato Grosso, atualmente, estão em andamento 10 processos administrativos de responsabilização contra 43 empresas por supostas violações previstas na Lei Anticorrupção – que visa detectar as práticas ilegais dentro das organizações desde 2014 – e também na Lei de Licitações (8.666/1993).

 

Diante deste cenário, a diretora geral do Grupo Valure, a Coach Executiva e consultora de gestão Lorena Lacerda, ressalta que, cada vez mais, a legislação irá reforçar a fiscalização e estar em conformidade é essencial. Para Lorena, este é o momento de rever e refletir acerca das escolhas feitas no meio empresarial – visando, um dia, nos tornarmos um Estado modelo.

 

"Essa é uma conversa que apenas começou em Mato Grosso. Fica o convite aos profissionais para avaliarem como estão suas decisões como empresários, qual a ética que estão seguindo, bem como se as palavras 'ética' e 'honestidade' existem no painel de valores de suas empresas. Também é a hora de reverem como agem na relação com todos os seus stakeholders – com seus clientes, fornecedores, colaboradores e o próprio Governo", alerta.

 

MASTERH GENTE – Organizado pela Moretti Coelho Eventos e com patrocínio máster do Grupo Valure e da FDC, o evento ainda contou com painéis e palestras – entre elas, constam "Gerações: Encontros, Desencontros e Novas Perspectivas", ministrada pelo escritor e consultor de carreira Sidnei Oliveira; "Gestão de Pessoas: Liderança e Gestão", ministrada pela presidente da rede Blue Tree Hotels Chieko Aoki; "Estratégia, Inovação e Talento para o Crescimento Pessoal e Empresarial", ministrada pelo gestor empresarial e professor Waldez Ludwig; "A Importância da Gestão de Talentos em Mudanças Organizacionais", ministrada pelo engenheiro agrônomo e caçador de talentos do agronegócios Eduardo Whipple; e "Gestão de Pessoas: Liderança e Protagonismo", ministrada pelo professor da Unicamp, escritor e historiador Leandro Karnal.

 

FUNDAÇÃO DOM CABRAL – Considerada pelo jornal britânico Financial Times a melhor escola de negócios do Brasil e da América Latina, bem como a 12º no ranking mundial, a Fundação Dom Cabral – criada em Belo Horizonte em 1976 – tem como missão a educação executiva, com atividades no Brasil e no exterior. Em Mato Grosso, a FDC é associada ao Grupo Valure, que é dirigido pela empresária, Coach Executiva e consultora de gestão Lorena Lacerda.

 




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