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A avaliação de especialistas sobre a economia latino-americana ficou mais pessimista. É o que mostrou o Índice de Clima Econômico (ICE) da América Latina, que recuou de 5,8 pontos em janeiro para 5,6 pontos em maio, segundo informou, nesta quarta-feira (18) a Fundação Getulio Vargas (FGV). O cenário de maio reflete a situação com dados apurados até abril.
A Sondagem Econômica da América Latina é feita pela FGV em parceria com o Institute for Economic Research at the University of Munich (Instituto IFO). O indicador permaneceu estável por dois trimestres consecutivos, mas foi derrubado por uma piora nas expectativas dos analistas quanto aos rumos futuros da economia na região. A sondagem é trimestral e suas respostas são usadas para cálculo do ICE, que vai até nove pontos.
Entre os dois componentes do ICE, o Índice da Situação Atual (ISA) permaneceu em 5,9 pontos no período, enquanto o Índice de Expectativas (IE) recuou de 5,7 para 5,3 pontos de janeiro para abril.
Dos 11 países pesquisados para o cálculo do indicador, apenas três registraram aumento no ICE de janeiro para abril. É o caso de Argentina, Colômbia e México. Oito países apresentaram queda no clima econômico no mesmo período. É o caso de Bolívia, Brasil, Chile, Equador, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela. Para cálculo do indicador, as instituições consultaram 147 especialistas em 18 países.
Inflação
O temor do avanço da inflação derrubou as expectativas dos analistas quanto aos rumos futuros da economia latino-americana. Segundo as instituições, no mundo, a previsão para a inflação de 2011 aumentou de 3,4% para 3,8% entre a sondagem de janeiro e abril. Na América Latina, a projeção ficou estável em 7,9% - embora sejam esperadas acelerações no cenário inflacionário para o Uruguai, o Paraguai, a Bolívia, o Brasil, o Chile, o Peru e o Equador.
No entanto, na análise do Instituto IFO e da FGV, predominam incertezas quanto ao rumo das respostas das políticas econômicas num cenário de aceleração da taxa de inflação. As instituições lembram que a região latino-americana conta com um passado recente de crise e desemprego - sendo que nem todos os países recuperaram os índices de emprego de 2007, antes da eclosão da crise global.
Na prática, para as duas entidades, a piora nas expectativas refletiria principalmente um cenário de incerteza para a economia latino-americana nos próximos meses, por conta da ameaça da inflação.
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