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Economia
Quarta, 05 de outubro de 2011, 21h09

Micro e pequenas um dia podem virar médias


O Dia das Micro e Pequenas Empresas (MPEs) é comemorado hoje em todo o País. Para se ter uma noção mais aproximada da importância desses empreendedores, basta observar alguns dados divulgados recentemente. Segundo projeção do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego, as MPEs devem gerar 1,3 milhão de empregos em 2011. O Sebrae acredita que o volume de novos postos de trabalho cresça e alcance a marca de 1,7 milhão ao final do ano.

Nascida micro, a Fluência Idiomas encontrou uma fórmula menos convencional de ensinar línguas em São Paulo. Fundada há 20 anos, a escola que nasceu como microempresa, concentra 97% de seus alunos fora das salas de aula em sua sede no Jardim Vila Mariana, Zona Sul da Capital. Quase a totalidade dos R$ 2,6 milhões de faturamento bruto obtidos no ano passado veio de parcerias estabelecidas com empresas que contratam a escola para ensinar inglês, espanhol, alemão, francês, russo e mandarim aos funcionários.

"Nossos primeiros clientes foram o Banco Francês, a Avon e a Sadia. A partir daí começou o boca a boca e ganhamos indicações", diz Lígia Velozo Crispino, uma das fundadoras da Fluência. A microempresa aberta em 1991 tinha quatro colaboradores e, agora, 17 funcionários e 100 colaboradores (tradutores, professores e consultores). "Há uns dez anos, tivemos de sair da sala de aula para cuidar da empresa."

Mas engana-se quem acha que a ideia do projeto surgiu de planejamento e estratégia. "Era professora de inglês, tive a oportunidade de dar aula em empresas e fiquei. O banco em que trabalhava precisava que abrisse pessoa jurídica. Nesse tempo, fiquei grávida e autônomo não tem essa de ficar em casa", conta Lígia. Com isso, a então professora se juntou à colega de profissão Rosângela de Fátima Souza e iniciaram o projeto.

Em 2009, as sócias Lígia e Rosângela foram a Brasília para receber o Prêmio de Competitividade para Micro e Pequenas Empresas oferecido pelo Sebrae. De lá para cá, as coisas evoluíram ainda mais. Na última semana, foram iniciadas as avaliações de inglês aplicadas a 1,5 mil candidatos às vagas de trainee na Braskem. A escola tem se desdobrado para encontrar soluções para os clientes. "A gente tem cursos específicos para diferentes áreas de uma empresa", afirma a empresária Lígia.

Para César Fischer, superintendente de Pequenas e Médias Empresas do Santander, o bom momento das MPEs pode ser estendido com a estabilização de novas empresas, a possibilidade de outras quedas na Selic, o aumento de investimentos externos e a abertura de franquias internacionais no País. "Nosso indicador de Confiança do Pequeno e Médio Empresário está em 73,7%. A maior expectativa está no comércio, com a possibilidade de boas vendas no quarto trimestre", afirma Fischer.

Conforme o Caged, a participação das MPEs representou 72,5% no número de empregos formais criados de janeiro a agosto deste ano. Esses números podem ser em parte resultado da criação do Simples Nacional, segundo Pedro Gonçalves, consultor do Sebrae. "O projeto acabou reduzindo a carga tributária e desburocratizou um pouco as coisas", diz.

Para MPEs, o grande problema é a falta mão de obra qualificada.

A ZipCode, uma das principais provedoras de informação de marketing direto, crédito, cobrança e antifraude para empresas no País, nasceu há dez anos em um dos quartos da casa do empresário Ricardo Sleilman, em uma conversa com o sócio Alexandre Costa. "Trabalhava em uma produtora e meu sócio, em banco. Não tínhamos dinheiro para abrir um escritório", diz Sleilman.

Mão de obra para o negócio era uma dificuldade. "Quando você é microempresa, o maior problema é encontrar mão de obra qualificada e que você consiga pagar de forma justa. É um período difícil para trazer pessoas capacitadas."

As coisas começaram a mudar entre 2006 e 2007, com a ampliação de crédito ao consumo e a alta na inadimplência. "Começamos a reunir dados para buscas de clientes, localização de cobrança e inadimplência. Fazíamos todo o ciclo para facilitar o desempenho das empresas", afirma.

Listada pela consultoria Deloitte que apontou a ZipCode como uma das 250 pequenas e médias empresas que mais crescem, hoje, a companhia que tem 40 funcionários pretende investir em tecnologia para se consolidar como empresa de médio porte.

Uma década após o início das atividades, a ZipCode espera encerrar 2011 com receita de R$ 11,5 milhões, após faturar R$ 8,5 milhões no ano passado.
 




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