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Economia
Segunda, 19 de dezembro de 2011, 18h56

Trilhos poderão receber R$ 100 bilhões na década


Até 2015, a participação das ferrovias na matriz de transportes deve saltar de 25% para 28%, com a movimentação de cargas, que deverá chegar nesse ano a 530 milhões de toneladas, podendo crescer 10% ao ano. Os trilhos ganharão espaço pelos investimentos das concessionárias privadas, que devem investir R$ 3 bilhões por ano em quatro anos, pelos projetos de ampliações de trechos existentes e construção de novas linhas. Estima-se que nos próximos dez anos a malha poderá pular dos 29 mil km para 40 mil km de extensão. Com isso, e os projetos de Trem de Alta Velocidade, metrôs e Veículos Leves sobre Trilhos (VLT), mais de R$ 100 bilhões poderão ser aplicados no setor metroferroviário.

Um dos maiores gargalos logísticos pode estar prestes a ser resolvido. Obra que pode envolver R$ 1,5 bilhão em recursos, o projeto do Ferroanel, anel ferroviário que circundará a região metropolitana de São Paulo, retirando a circulação de cargas das linhas de passageiros, poderá sair do papel em 2012. O governo do Estado e a União estão trabalhando para colocar de pé o tramo norte do empreendimento. O projeto completo abrirá um corredor ferroviário entre São Paulo, Campinas e Santos e outro no sentido Jundiaí, Vale do Paraíba, Rio de Janeiro e Minas Gerais. O Ferroanel ainda possibilitará a circulação de contêineres empilhados - substituindo quatro caminhões - e a circulação de trens 24 horas por dia.

"Devemos finalizar em breve o estudo de viabilidade e modelagem financeira da obra", diz Bernardo Figueiredo, diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). O projeto de viabilidade econômica pode ser divulgado no início de 2012. A ideia é que, até 2015, o transporte de carga deixe de passar pelos trilhos da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) na capital. "Estamos otimistas", frisa Jurandir Fernandes, secretário de Desenvolvimento Metropolitano do Estado de São Paulo.

No Centro-Oeste, a ALL investe R$ 750 milhões na expansão de sua malha norte, com a construção de 260 km de trilhos entre o terminal do Alto Araguaia e a cidade de Rondonópolis (MT). O empreendimento, iniciado em 2009, deverá ser concluído até o fim de 2012 e conectará a região produtora de grãos do Mato Grosso ao porto de Santos. No Sudeste, a MRS trabalha na modernização do sistema Cremalheira, entre São Paulo e Santos, com a substituição de locomotivas por novas, com capacidade de tracionar mais carga. Com isso, a capacidade na Serra do Mar passará, nos próximos sete anos, de 16 milhões de toneladas a 24 milhões de toneladas anuais.

No Nordeste, ganha velocidade a construção da Transnordestina, projeto que pode superar os R$ 5,4 bilhões e terá 1.728 quilômetros, interligando a cidade de Eliseu Martins (PI) aos portos de Suape (PE) e Pecém (PE). Na região Norte, onde trabalha para aumentar a produção de minério, a Vale trabalha para duplicar 605 km da estrada de ferro Carajás e ampliar a linha em 100 km para criar uma conexão à serra sul da mina de Carajás.

Apesar dos entraves, a indústria enxerga cenário promissor com as obras. "Devemos bater recordes de produção de vagões e de locomotivas nessa década", diz Vicente Abate, presidente da Associação Brasileira da Indústria Ferroviária (Abifer). Em 2011, a produção de vagões deve chegar a 5.700 unidades, alta de 75% em relação ao ano anterior e 14% acima da estimativa. Para 2012, a expectativa é fabricar de 3.500 a 4.000 vagões. "Nesse ritmo, podemos chegar a 40 mil vagões na década", destaca Abate, prevendo investimento de R$ 400 milhões entre 2011 e 2013.

Os trilhos também deverão chegar ao espaço urbano. Cerca de 8 milhões de passageiros são transportados por trilhos no Brasil - cerca de 70% deles estão em São Paulo e Rio de Janeiro. Esse número é baixo se comparado a outros países: Pequim transporta por dia 6 milhões de passageiros. Joubert Flores, presidente da ANPTrilhos, estima que R$ 85 bilhões possam ser investidos em projetos de metrôs, trens de alta velocidade, trens regionais, monotrilhos e Veículos Leves sobre Trilhos (VLTs). Com isso, o número de passageiros transportados por trilhos deverá superar 10 milhões em até quatro anos. 




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