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Pesquisa/Tecnologia
Terça, 06 de junho de 2017, 14h12

E-robôs agilizam processos em grandes empresas


O e-robô é um software de automação que já se torna indispensável nos departamentos jurídicos de grandes empresas, lidando com altos volumes de processos que demandariam o trabalho de cerca de 16.000 homens/hora.

A criação dessa ferramenta surgiu em decorrência do aumento significativo do número de processos, junto com a necessidade cada dia maior de os departamentos jurídicos apresentarem resultados positivos e diminuírem custos na gestão de suas carteiras de volume.

"Na medida em que se aumenta a massa de processos, fica cada vez mais inviável ter uma informação gerencial e operacional acurada e segura, pois é impossível manter atualizada uma quantidade de 20, 50 ou 300 mil processos. Assim, percebeu-se que carteiras de volume, caso continuassem a ser geridas como eram, se tornariam inviáveis em termos de custos", explica o diretor da TWT Info, Marco Flavio G. Neves.

Entenda como a tecnologia funciona
A inovação é capaz de realizar operações como: busca de movimentação de processos, novas ações, peças em processos eletrônicos, inserção de dados em sistemas jurídicos, auditoria de processos ativos e encerrados, busca de depósitos e garantias judiciais, preenchimento de guias e detecção de padrões de fraudes.

E quando vale a pena usar um e-robô para automatizar tarefas? "A resposta é complexa, mas, como regra geral, sempre que houver um volume muito grande de operações a serem realizadas, o custo da ferramenta será sempre mais interessante, trazendo um resultado qualitativo superior e geralmente em um prazo menor", esclarece Neves.

As maiores companhias, geralmente empresas grandes empregadoras de mão de obra ou com venda direta a consumidor, como as dos setores bancário, de telecomunicações, construção e varejo, são as que mais têm o perfil para a utilização de tais ferramentas de inovação.

Isso porque seus departamentos jurídicos fazem a gestão de grandes carteiras de volume, variando de mil a quase 1 milhão de ações. Essas empresas, passada a desconfiança inicial nos resultados que tais ferramentas poderiam apresentar, são atualmente as maiores consumidoras de e-robôs.

Além disso, a responsabilidade pela alimentação da informação operacional das carteiras vem sendo transferida para escritórios terceirizados, aumentando a demanda por soluções tecnológicas e resultados efetivos para este mercado também.

Resultados surpreendentes
A empresa, junto com o escritório Azevedo Sette Advogados, desenvolveu um projeto de e-robôs para uma das maiores cadeias varejistas do país, que precisava auditar sua carteira de processos cíveis em busca de ações encerradas.

Segundo informações disponíveis em sua base de dados, havia dezenas de milhares de processos ativos. Conforme Neves, fazer esta auditoria manualmente demandaria mais de 16.000 homens/hora e seria inviável montar uma equipe deste porte para fazer a entrega no prazo desejado.

"Os e-robôs da TWT Info buscaram informações nos tribunais onde a varejista tinha ações cíveis ativas e, com base em uma série de premissas criadas pela equipe jurídica, indicaram as ações encerradas, tempo do encerramento e informações secundárias importantes das ações ativas, como as que já tinham acordos homologados", disse.

Segundo o executivo, a equipe do escritório Azevedo Sette Advogados revisou as informações, garantindo a exatidão exigida pelo projeto. Como o objetivo do projeto era diminuir a contingência em processos já encerrados, a exatidão da informação foi crucial. No final da operação, mais de 10% da carteira foi baixada e, em relação aos processos ativos, verificou-se que em quase 7% deles já havia acordo homologado.

Contexto brasileiro

O Brasil é um dos países com o maior número de advogados por habitantes, reunindo mais de 1 milhão de profissionais, segundo dados do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil. Neste contexto, após o Código de Defesa do Consumidor de 1990, o número de processos ajuizados contra grandes empresas aumentou de maneira significativa, e tende a continuar aumentando quase que exponencialmente.

Apesar da grande quantidade de profissionais, o aumento dos processos não vem acompanhado de resultados, mas de mais custos e demora na sua resolução.

Este fenômeno já é realidade há muito tempo, sobretudo na Justiça do Trabalho. Segundo os dados do relatório de 2015 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), existem 15.773 unidades judiciárias no Brasil, que custaram à União R$ 79,2 bilhões de reais, mas arrecadaram somente R$ 9,2 bilhões.

Os e-robôs visam diminuir os custos, melhorar o resultado e aumentar a assertividade das informações jurídicas. Segundo Neves, o Poder Judiciário também já vem tomando medidas tecnológicas visando diminuir o número de processos existentes, sendo a principal a aceleração do processo judicial eletrônico.

"O próprio Poder Judiciário também é beneficiado com a informatização da carteira de volume dos departamentos jurídicos. A utilização de robôs para o monitoramento de novas ações, por exemplo, faz com que as companhias procurem os autores para uma composição amigável antes mesmo de sua citação, evitando-se o uso da máquina forense em ações judiciais intermináveis", destaca Neves. 




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