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Pesquisa/Tecnologia
Domingo, 05 de novembro de 2017, 19h17

Brasileiro cria serviço que oferece 'degustação' de eletrônicos


Quem nunca se arrependeu após gastar algumas centenas ou milhares de reais num novo produto eletrônico, como um smartphone ou câmera? E quem nunca deixou de comprar algo assim por medo de se arrepender depois? Segundo Diogo Ruiz, 95% dos brasileiros já passaram por isso.

Diogo é brasileiro, natural de Curitiba, Paraná, e há dez meses vive em São Francisco, na Califórnia, na região conhecida como "Vale do Silício". O local é lar para algumas das principais empresas de tecnologia do mundo e também ninho de diversas startups que buscam um lugar ao sol.

Esse número de "95%" é tirado de uma pesquisa feita com 1.200 pessoas em cinco cidades para contextualizar a Bluezup, startup criada por Diogo e os outros dois sócios na Califórnia. A empresa tem apenas três meses de atuação e a proposta de fornecer eletrônicos para "degustação" de usuários.

Funciona da seguinte maneira: o usuário faz o cadastro na plataforma da Bluezup - disponível, por enquanto, apenas pelo navegador - e tem acesso a uma série de produtos que estão no inventário da empresa. Entre eles há um Apple Watch de segunda geração, uma câmera GoPro Hero5 e uma câmera de 360 graus da Samsung.

Quem quiser experimentar um dos produtos, pode encomendá-los e recebê-los para um período de testes, que dura até três dias. Por essa "degustação", o usuário paga um valor bem mais baixo do que o preço total daquela peça. No caso do Apple Watch, por exemplo, que custa R$ 2.000 no site da Apple, é possível alugá-lo por três dias pagando R$ 30.

No fim do período de degustação, o usuário tem duas escolhas: devolver o produto ou ficar com ele. Se quiser ficar, pode comprar o dispositivo pelo preço quase cheio, contando ainda com um desconto oferecido pela Bluezup. Se não quiser, é só devolver quando vierem buscá-lo. Tudo é feito pela internet mesmo. O pagamento é por cartão de crédito.

"O que a gente quis levar com a Bluezup é fazer o usuário ter poder de decisão na compra, e uma decisão com muito mais consciência", diz Diogo, em entrevista ao Olhar Digital. "Para não ficar com o produto parado na gaveta ou deixar de comprar um produto por medo de se arrepender depois."

Entrega dos produtos

Entre o aluguel de um produto e a entrega, porém, há uma outra atividade para os usuários da plataforma: de "Blue Buddy". Blue Bluddies são entregadores autônomos que podem se oferecer para transportar os produtos na data e no horário solicitado pelo locatário. Segundo Diogo, são como motoristas de Uber que aceitam uma "corrida" pelo próprio sistema da Bluezup e ainda ganham uma comissão.

Só que além de entregar o produto, o Blue Buddy é também um assistente técnico para o usuário. Ele é treinado online pela Bluezup para ensinar o usuário a instalar e começar a usar o produto recém-alugado, seja um Apple Watch ou uma GoPro. A pessoa que topa fazer esse papel também ganha uma comissão pela assistência. E, como no sistema da Uber, não há vínculo obrigatório, pode sair a qualquer momento.

Segurança

O que acontece se alguém, nesse meio-tempo, resolve roubar o produto alugado? E se o entregador ficar com o Apple Watch para si? Ou se o cliente for roubado durante seu período de testes? Essa é a pergunta que Diogo mais ouve quando explica o funcionamento da Bluezup.

Há uma série de ferramentas de segurança no processo, que inclui a validação e cobrança automática do cartão de crédito do usuário cadastrado. A empresa também estuda inserir uma API de reconhecimento facial na plataforma. O serviço também tem um seguro contra acidentes, mas não contra furtos. Segundo Diogo, porém, o risco de roubo é um que a startup precisa aceitar.

"Da mesma forma que podem roubar os nossos produtos, podem muito bem roubar um apartamento inteiro do Airbnb. E o Airbnb funciona no Brasil", diz Diogo, em referência à plataforma de aluguel de imóveis que exclui imobiliárias do negócio. "Vai acontecer? Vai. Mas a gente acredita que a maioria das pessoas são boas e temos que ser otimistas."

Estoque de itens

Por enquanto, a Bluezup está em busca de investimentos para continuar crescendo. Em três meses de atuação, a empresa tem cerca de 300 usuários espalhados por Porto Alegre (RS) e Curitiba (PR), e outros 100 nos EUA. Por isso, o estoque ainda é controlado pela própria startup e é um tanto limitado em termos de opções.

Todos os produtos alugados através da Bluezup são usados. A empresa tem comprado esses itens de pessoas que já o estão vendendo na internet. Em seguida, quando um usuário devolve um produto testado, esse mesmo item vai para as mãos de outro testador em seguida. O plano, porém, é que essa realidade mude um pouco.

Diogo diz estar em negociações com Apple e até com marcas asiáticas para coletar diretamente das fabricantes os produtos que formarão o inventário da Bluezup, mas, para isso, a empresa ainda busca investimentos. Se tudo der certo, porém, a plataforma estará disponível "nas principais capitais do Brasil" até março do ano que vem. Na próxima semana, ela estreia em Londrina (PR).

Na divisão entre seguro, vendedor original e Blue Buddy, a Bluezup fica com 20% do valor pago pelo usuário que fecha o aluguel ou a compra do produto testado. A equipe tem hoje 14 pessoas que trabalham remotamente de diversas partes do mundo, do Brasil à Polônia. Se você é da região sul do Brasil e quer saber mais sobre a Bluezup, confira aqui a plataforma.

Olhar Digital




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