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Segunda, 18 de dezembro de 2017, 18h53

Chuvas irregulares comprometem lavouras de milho


ClimaTempo

As chuvas ocorridas nesse último final de semana sobre a região Sul foram bastante irregulares e em volumes baixos, e muitas localidades nem registraram chuvas. Tal condição deixa os solos com níveis muito baixos de umidade e, sobretudo, mantém as condições bastante preocupantes para o desenvolvimento das lavouras.

 

A semana começa com tempo seco no centro-sul gaúcho, mas as pancadas de chuva retornam a partir da quarta-feira e podem ser fortes. Apesar dos mapas de previsão continuarem sinalizando chuvas para o Sul, essas ainda continuarão sendo irregulares. De uma certa forma, não será de todo ruim, já que muitas áreas continuarão sendo beneficiadas, mas é fato que essa ausência de chuvas regulares já vem comprometendo o pleno desenvolvimento das lavouras, principalmente a de milho. No entanto, ao longo dessa semana, as lavouras de soja devem ficar sob estresse hídrico e, consequentemente, pode haver perda de produtividade em ambas as culturas.

 

Infelizmente, esse bolsão de água fria na metade leste do Oceano Pacífico mantém os corredores de umidade voltados ao norte do país, fazendo com que as frentes frias passem rapidamente sobre a região Sul e provoquem chuvas rápidas, de baixa intensidade e bastante irregulares. Ainda é muito cedo para prever que a região Sul, em especial a do Rio Grande do Sul, terá quebras significativas em suas lavouras, mas já se pode descartar que não será uma safra tão espetacular como foram as últimas quatro.

 

Mesmo com toda essa preocupação em dezembro, os mapas de previsão de chuva continuam sinalizando um mês de janeiro com volumes acima da média para toda a região Sul, o que irá trazer boas perspectivas de produtividade para a Região, em especial para a cultura da soja, que nesse mês estará em plena fase de florescimento e enchimento de grãos.

 

Para a região Sudeste, a semana será marcada pela ocorrência de pancadas de chuva, principalmente no final de tarde e à noite. As temperaturas continuarão altas, mas com a passagem de frentes frias associadas a áreas de instabilidade, as temperaturas máximas não deverão ser tão altas como foram nessa última semana. Além disso, com a ocorrência de chuvas mais regulares sobre as regiões produtoras de São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo, as condições ao desenvolvimento das lavouras se manterão favoráveis. Isso deve manter boas perspectivas para a produção para essa safra 2017/18. Além disso, os mapas de previsão de chuvas mantém um janeiro com chuvas dentro da média para toda a região Sudeste, sendo que apenas no norte de Minas Gerais é que poderá ter alguns períodos de chuvas bem mais irregulares e até mesmo algumas ausências, principalmente durante a segunda quinzena do mês.

 

No Centro-Oeste, as chuvas intermitentes que vem ocorrendo, principalmente sobre o Mato Grosso, tem impossibilitado a realização dos tratos culturais, principalmente as aplicações de defensivos agrícolas e também o plantio do algodão safra. Essa condição já traz muita apreensão a diversos produtores, uma vez que tais condições meteorológicas, além de atrapalharem a realização dos trabalhos de campo, também prejudicam o desenvolvimento das lavouras, uma vez que mantém o tempo nublado e os índices de taxas de radiação solar muito baixos. Isso ocasiona taxas fotossintéticas baixas e, consequentemente, baixos índices de acumulo de matéria seca.

 

A perspectiva é de que as chuvas voltem a ocorrer em todas as regiões produtoras do Mato Grosso, Goiás e em boa parte do Mato Grosso do Sul na forma de pancadas, muito provavelmente diárias, mas não mais uma condição de invernada. Isso irá possibilitar a plena retomada das atividades de campo e, sobretudo, o plantio do algodão. Além disso, o mês de janeiro deve ter chuvas dentro da média para toda a região, o que irá permitir que os níveis de umidade do solo se mantenham adequados ao desenvolvimento das lavouras, bem como possibilitem a realização da colheita da soja e posterior plantio das lavouras de segunda safra.

 

No Maranhão, Piauí, Tocantins e Bahia, as condições para a segunda quinzena de dezembro ainda continuarão sendo de pancadas de chuvas, horas mais intensas e generalizadas e num outro momento, irregulares. Mas mesmo assim, os mapas de previsão continuam sinalizando chuva para toda a região, o que manterá as condições extremamente favoráveis ao desenvolvimento das lavouras, não sendo observado para esse período, nenhuma grande anomalia que possa prejudicar o pleno desenvolvimento das plantas e consequentemente resultar numa redução em seus potenciais produtivos.

 

Além disso, a primeira quinzena de janeiro continuará sendo marcada pelas chuvas regulares e em bons volumes, mantendo assim, boas condições ao desenvolvimento das lavouras. Porém, ao longo da segunda quinzena de janeiro, há grandes possibilidades de que venha a ocorrer um veranico – o que é de tradição na região, mas na primeira quinzena de fevereiro já há previsões de retorno das chuvas, o que manterá as condições bastante favoráveis ao desenvolvimento das lavouras. Porém, como será um ano onde a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) demora uma pouco mais para se estabelecer sobre a região, algumas microrregiões poderão ter alguns problemas de ausência de chuvas entre a segunda quinzena de janeiro e a primeira de fevereiro.

 

Desse modo, apesar da ausência de chuvas no Sul, não vejo ainda nenhuma grande preocupação para com a safra de grãos, de café e de cana-de-açúcar ainda para a safra 2017/18. Porém, os índices de produtividade/produção não serão iguais aos registrados na safra 2016/17, quando o clima se mostrou excepcional em todas as regiões produtoras do País. No entanto, não terá quebras como vistas em anos como 2012 e 2013 no Brasil - pelo contrário, será uma safra com índices de produtividade dentro da média para todas as culturas, devido exclusivamente, por essa oscilação nos regimes de chuvas - horas numa determinada região do País e num outro período em outra parte. O que irá determinar índices bons, regulares ou até mesmo ruins de produtividade, será o período que essas intempéries climáticas ocorrerem associadas à fase fenológica da cultura.

 




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