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Pesquisa/Tecnologia
Domingo, 12 de agosto de 2018, 17h31

Smartphones estão ficando todos iguais e cada vez mais caros


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A Samsung lançou nesta semana o Galaxy Note 9, seu segundo celular top de linha do ano. Mas a julgar pelos leitores do Olhar Digital, o aparelho despertou muito menos interesse do que toda a pompa do evento de lançamento levaria a crer.

Isto acontece porque, conforme o mercado de smartphones evolui, os aparelhos estão ficando cada vez mais idênticos uns aos outros. É, também, cada vez mais difícil encontrar diferenciais claros entre modelos concorrentes numa mesma faixa de preço ou de faixas diferentes.

Veja o Galaxy Note 9, por exemplo. Em comparação com seu antecessor, o Note 8, há poucas novidades: uma tela maior, mais memória, um processador mais rápido e uma caneta S Pen que, agora, também tem Bluetooth e uma bateria própria. É praticamente o mesmo produto, levemente melhorado.

O mesmo se vê em quase todo o mercado de smartphones. Há pouco diferença entre o Galaxy Note 9 e o Galaxy S9+, lançado poucos meses atrás, além da S Pen. Do Note 9 para o iPhone X, o concorrente direto feito pela Apple, as diferenças são igualmente irrelevantes.

No varejo você encontra smartphones com 3 GB de RAM que são R$ 200 mais caros que os de 2 GB de RAM, embora ambos apresentem basicamente o mesmo desempenho em tarefas básicas, como abrir o WhatsApp e o YouTube. Para o usuário leigo, muitas vezes este número sequer é levado em conta.

Reprodução

A saturação do mercado já pode ser vista em números. No segundo trimestre de 2018, a consultoria IDC registrou a venda de 342 milhões de smartphones no mundo inteiro. O número parece grande, mas representa uma queda de 1,8% em relação ao mesmo período do ano passado.

No primeiro trimestre, a mesma IDC reportou uma queda de 2,9% na comparação ano-a-ano. Enquanto isso, outros estudos de empresas de estatísticas registraram em 2018 a maior queda anual da história do mercado de smartphones: -9%.

Na China, país que mais vende celulares no mundo, um crescimento em vendas que durou oito anos chegou ao fim em 2018. Ou seja: as pessoas estão comprando menos smartphones. E tudo leva a crer que a culpa seja da falta de criatividade.

"A combinação de saturação do mercado, aumento das taxas de penetração de smartphones e aumento do preço médio de venda continua a reduzir o crescimento do mercado global", disse Anthony Scarsella, gerente de pesquisa da IDC, recentemente.

E o que as fabricantes têm feito para retardar o colapso do mercado de smartphones? Em vez de lançar aparelhos diferentes, que talvez levem mais tempo para serem produzidos, as empresas estão aumentando o número de celulares iguais, lançados um atrás do outro, e subindo o preço.

O iPhone X foi o primeiro smartphone da Apple, líder do mercado dos Estados Unidos, a custar US$ 1.000. No Brasil, ele saiu pelo preço inédito de R$ 7.000. Agora temos o Galaxy Note 9, que, na versão com 512 GB, custa US$ 1.250 nos EUA e pode até passar dos R$ 5.000 quando sair por aqui.

O crescente número de smartphones no mercado (e que não são vendidos) também torna as fronteiras entre as categorias menos visíveis. Antes, tínhamos apenas três divisões: os de entrada, os intermediários e os topo de linha. Hoje, há os intermediários básicos e os intermediários premium no meio disso tudo.

Ainda assim, pouca coisa muda entre todos eles do ponto de vista de experiência de uso. O WhatsApp funciona da mesma maneira em um Galaxy S9 e um Galaxy A8. Mas a diferença de preço entre os dois pode chegar a R$ 1.000 em algumas lojas.

O problema é que é difícil imaginar no que mais os smartphones podem inovar além de "mais memória" e "mais tela". Há celulares com duas, três, quatro e até cinco câmeras. Todas tão boas que existem até cineastas usando smartphones para filmar longa-metragens inteiros. Como melhorar a partir daí? Fazer um celular com nove câmeras?

Processadores móveis já são bons o bastante para rodar versões completas do Windows. Hoje já é possível conectar ao celular um monitor, um teclado e um mouse e usá-lo como um PC. Até programas pesados, como o Adobe Photoshop, já estão sendo portados inteiramente para aparelhos móveis. É difícil ir muito além do que já temos hoje.

Não é de hoje que se comenta que o smartphone está morto e que talvez seja hora de a indústria voltar a sua atenção para outros dispositivos. Há rumores de que a Microsoft, por exemplo, vem trabalhando em um híbrido de celular e laptop, que, em tese, poderia dar um sopro de inovação no mercado.

Mas ainda é cedo para dizer. É preciso esperar para ver se o mercado de smartphones realmente já deu o que tinha que dar, ou se ainda existem truques guardados na manga dos engenheiros da China, Coreia do Sul e Vale do Silício. Enquanto isso, resta ao usuário escolher, entre tantas opções iguais, qual celular serve mais aos seus interesses, ou esperar por uma ideia melhor.

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