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Pesquisa/Tecnologia
Domingo, 03 de março de 2019, 21h39

Professor embarca em expedição de pesquisa sobre montanhas submarinas


José Angel Alvarez Perez, pesquisador e docente do curso de Oceanografia e do Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia Ambiental da Universidade do Vale do Itajaí (Univali), integrou a expedição a bordo do navio norueguês RV "Dr. Fridtjof Nansen", ao conjunto de montanhas submersas do Atlântico Sul conhecido como "Discovery Seamounts" (Cadeia Discovery). A viagem ocorreu entre os dias 24 de janeiro e 24 de fevereiro, tendo como ponto de partida e retorno da embarcação a Cidade do Cabo, na África do Sul.

A expedição faz parte das atividades do EAF-Nansen Programme, da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), em parceria com o Instituto de Pesquisa Marinha da Noruega (IMR) e com a Agência Norueguesa para Cooperação ao Desenvolvimento (Norad). O programa foi criado para apoiar o uso sustentável de recursos pesqueiros em países em desenvolvimento e para promover a proteção do ambiente marinho. Esta expedição realizou-se em atendimento a uma demanda específica da Organização de Ordenamento Pesqueiro, a South East Atlantic Fisheries Organization (Seafo), para mapear a "Discovery Seamounts", onde existem áreas disponíveis para a pesca comercial e outras fechadas por regulamentação da Seafo. Além do mapeamento batimétrico, a expedição trabalhou na descrição dos habitats profundos nessas montanhas, para identificar comunidades biológicas sensíveis à perturbação pela pesca e por outras atividades humanas. O intuito é que este levantamento contribua para as políticas de uso e conservação dos recursos pesqueiros na área.

De acordo com o professor Angel, até então, essas áreas não haviam sido estudadas com tecnologia moderna, não se conhecia com precisão a profundidade das montanhas, a topografia (morfologia do fundo), e nem as comunidades de animais que habitam essas áreas, reveladas por imagens geradas pelas câmeras de um ROV (veículo operado remotamente). Na área de trabalho, o grupo navegava por 10 a 15 horas sobre as montanhas submarinas, fazendo um traçado específico em que era utilizado um equipamento acústico chamado Sonar Batimétrico Multifeixe, que permite um mapeamento detalhado da superfície da montanha. Com condições de mar favoráveis, o ROV era submergido sobre áreas selecionadas das montanhas (até a profundida máxima de 2 mil metros) para exploração do ambiente do fundo. Os pesquisadores acompanhavam tudo em uma sala de vídeo, fazendo anotações sobre o que era visto, com destaque para os organismos vivos. O equipamento também utilizava sensores e registrava temperatura, salinidade, oxigênio dissolvido e depois de concluída a trajetória, "pousava" para coleta de amostras de sedimento, que levadas à superfície eram analisadas pelos pesquisadores em busca de organismos.

Para o pesquisador da Univali, do ponto de vista científico foi uma experiência única. Segundo ele, o tipo de investigação realizada durante esta expedição é a que tem se utilizado mundialmente para estudos oceânicos e principalmente de mar profundo. "A minha participação e a divulgação desse trabalho no curso de Oceanografia faz com que os alunos sintam que esse campo de trabalho não existe só nos livros, mas é real e disponível para eles no futuro. Além de desenvolver essa área de pesquisa, ao qual me dedico há cerca de 20 anos, quero aproximar o estudo oceânico dos nossos acadêmicos, estimulando o interesse e abrindo as portas do mercado de trabalho", esclarece Angel.

 




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