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Pesquisa/Tecnologia
Segunda, 04 de outubro de 2021, 19h26

WhatsApp fora do ar: quais os impactos na vida das pessoas e das empresas?


OlharDigital
André Lucena


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WhatsApp, Facebook e Instagram ficaram fora do ar nesta segunda-feira (4) e começaram a voltar gradualmente no início da noite. Mas, afinal, somos tão dependentes assim destes serviços? Quais os impactos causados pelo problema para a vida das pessoas e das empresas?

O Olhar Digital conversou com Soraia Lima, gerente de projetos na Publicis e professora de redes sociais na USP, que afirmou que as mídias sociais e serviços de mensagens instantâneas fazem parte do nosso cotidiano, mas que é preciso aprendermos com estes exemplos para que não sejamos reféns destas plataformas.

Segundo ela, toda empresa conta com gestão de riscos: “No entanto, mesmo sendo empresas de tecnologia, nem sempre elas têm controle sobre os aspectos tecnológicos. Foi isso que aconteceu nesta segunda-feira (4). Há maneiras de prevenção, mas enquanto o problema não for diagnosticado e resolvido, não há como voltar às atividades. Até o momento, inclusive, não conseguiram”.

Soraia Lima ressaltou que “serviços do Google, Zoom e outras plataformas também apresentaram instabilidade. Então, este não foi um fato isolado, embora tenha sido mais sentido pelos serviços do Facebook”.

Já Wanderson Castilho, CEO da Enetsec e especialista em crimes cibernéticos, disse que o Facebook não teve outra opção: “Enxergo isso como um ataque de magnitude semelhante ao de 11 de setembro, mas desta vez, no mundo digital”.

E quais consequências o problema pode trazer para WhatsApp, Instagram e Facebook? Para Soraia, a credibilidade é a principal delas. “Essas mídias sociais se tornam alvos de memes de seus concorrentes. Isso porque, em média, a cada dois meses elas apresentam problemas, como o que tivemos em abril e em junho deste ano. Com isso, as pessoas passam a procurar por outros serviços de mensagens instantâneas e redes sociais para tentar diminuir o impacto desse problema”.

“Com certeza, a confiança na plataforma, já que inúmeras vezes ela mostrou que os nosso dados foram vazados e agora é uma questão de disponibilidade”, respondeu Wanderson. “Ou seja, dos três pilares da segurança da informação (confidencialidade, integridade e disponibilidade) dois deles já foram quebrados e agora, não é possível saber o que pode acontecer”.

No caso do WhatsApp, o Olhar Digital listou 8 alternativas para o mensageiro. “Mas esse problema de credibilidade e migração de redes sociais geralmente dura apenas o tempo em que essas mídias estão fora do ar, já que os usuários tendem a manter o comportamento de uso e sentem dificuldade em se adaptar a outras mídias em um curto espaço de tempo”, ressaltou Soraia Lima.

Somos dependentes do WhatsApp, Facebook e Instagram?
A repercussão da queda do WhatsApp, Facebook e Instagram mostra a magnitude da presença dos serviços na vida das pessoas. “As mídias sociais e serviços de mensagem instantâneas fazem parte do nosso cotidiano. A pandemia, inclusive, intensificou esse uso, já que dependemos delas para nos comunicar no âmbito pessoal e no profissional”, disse ela.

O curioso é que, de acordo com a especialista, quando esses serviços ficam fora do ar, tendemos a perder o parâmetro de como podemos nos relacionar com pessoas e empresas: “O ideal é aprendermos com esse tipo de problema, de modo a não ficarmos reféns de mídias sociais. Por isso, incentivamos que as empresas tenham sites e blogs, por exemplo, além de outros serviços de mensagem instantâneas”.

“Muitas empresas confiaram as comunicações com os seus clientes em um aplicativo gratuito e essa queda atinge a economia mundial, os relacionamentos familiares e o lazer. Ou seja, o impacto é enorme na vida e nos negócios, tudo isso pelo excesso de confiança das pessoas, onde não deveria”, opina o CEO da Enetsec e especialista em crimes cibernéticos.
 

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Facebook observado por um hacker

O que é DNS e como isso pode ter causado a queda dos serviços do Facebook?
Embora ainda não haja uma razão oficial para esses problemas, é possível que o responsável seja o DNS. Antes de mais nada, é necessário entender o que é o DNS e como ele funciona.

“DNS – Domain Name System, ou nomes de sistema de domínio, é basicamente um protocolo que relaciona o endereço de um site ou aplicativo (ou seja como um usuário o enxerga), a um endereço real (ou seja, o número de IP – Internet Protocol). Quando há falha em um servidor, o endereço IP fica fora de alcance”, explicou Soraia Lima.

“Além disso, conforme relatado pela empresa, além desta questão, as rotas BGP foram retiradas da web, o que significa que os possíveis caminhos para chegar ao servidor necessário também foram impactados. Em resumo: as trocas de informações dos sistemas e servidores não estão acontecendo como deveriam, e esse desencontro está refletindo no funcionamento dos serviços dessas três mídias”, completou.

Geralmente, quedas em massa de sites estão ligadas com problemas no DNS, como aconteceu esse ano em julho, em que páginas ficaram inacessíveis após uma falha no DNS da empresa Akamai Technologies.

Segundo os especialistas do Olhar Digital, caso o DNS não funcione da forma correta, o site fica inacessível, o que pode ter ocorrido com o WhatsApp e os outros serviços. No Twitter, o executivo da empresa de servidores Cloudfare, Dane Knecht, constatou que foram registrados problemas com o DNS do Facebook.

Knecht explica que os protocolos BGP foram removidos da internet. BGP é o sistema pelo qual o endereço trafega antes de abrir um site. Sem ele, o endereço fica “perdido” e não dá para carregar a página.

“De uma maneira resumida, o DNS é a maneira de nos referirmos aos IPs dos computadores. Por isso, não acredito que essa queda se trate de um problema técnico, visto que atinge as três plataformas do grupo que possuem centenas de servidores de DNS diferentes”, conclui Wanderson Castilho.

Por enquanto, oficialmente, o Facebook ainda não explicou o que causou a queda de suas redes, a empresa disse: “nossas sinceras desculpas a todos os afetados pela interrupção dos serviços do Facebook neste momento. Estamos passando por problemas em nossas redes e nossos times estão trabalhando para resolver essa situação o mais rápido possível”, por meio de Mike Schroepfer, CTO do Facebook.

Ações do Facebook despencam com apps fora do ar

O problema, como era de se esperar, já reflete no valor das ações da empresa, que registram uma forte queda na bolsa.

No início da tarde, os papéis da empresa de Mark Zuckerberg operam em baixa de 5,63% no Brasil, negociados a R$ 62,78. Na bolsa americana Nasdaq, as ações do Facebook também acompanharam a mesma tendência de queda observada por aqui.

Isso fez Mark Zuckerberg perder US$ 6 bilhões e cair no ranking de mais ricos do mundo.

OlharDigital




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