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Pesquisa/Tecnologia
Sábado, 25 de fevereiro de 2012, 13h23

Pesquisadores brasileiros desenvolvem método de previsão de enchentes


Pesquisadores da equipe do cientista Antonio Donato Nobre, professor visitante do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e pesquisador titular do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), desenvolveram um modelo matemático que ajuda a prever a ocorrência de enchentes e o percurso que tomará o rio em caso de enxurradas.

“Conseguimos encontrar uma relação matemática que descreve uma propriedade física da paisagem, da topografia, que liga com a hidrologia”, disse Nobre, ao falar sobre o modelo matemático Hand (sigla em inglês para altura acima da drenagem mais próxima da topografia). O método, chamado de paisagem inteligente, permite o entendimento da dinâmica da água do rio em caso de enchente.

Com o processamento matemático, os computadores, que dispõem de imagens do revelo captadas por ônibus espacial, desenham maquetes digitais e, assim, permitem a visualização nas zonas próximas dos percursos da água, que podem ser afetadas com uma eventual enchente. Segundo o cientista, essas zonas são as que têm possibilidade de cheia, as mais sujeitas a inundações. "É esse o mapa que nós oferecemos”, resume Nobre.

Se a informação da maquete digital for comparada com imagens da efetiva ocupação dos terrenos (disponível no Google Earth), é possível saber quais ruas, residências, prédios comerciais e equipamentos públicos podem ser tomados pelo rio, em caso de cheia. “A descoberta facilita visualizarmos a espacialização dos riscos”, destaca o pesquisador.

As imagens das áreas vulneráveis, a previsão do comportamento do rio cheio, os dados sobre o volume de chuva e as condições de absorção do solo, junto com a previsão meteorológica, permitem que a Defesa Civil trabalhe antecipadamente e evite que desastres naturais provoquem mais mortes e acidentes. O sistema pode ser refinado conforme a resolução das imagens disponíveis e com o fornecimento de informações sobre o funcionamento das galerias pluviais nas cidades e o desmatamento em áreas de encosta.

Nobre disse à Agência Brasil que já foram produzidas maquetes digitais de todas as bacias da América do Sul e que já ocorre aplicações do método na Europa. O modelo matemático criado pelo cientista e equipe foi tema de três artigos publicados em revistas científicas internacionais, como o Journal of Hydrology, produzido em Amsterdam (Holanda), e disponível em inglês no link http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0022169411002599.

Além de prever o comportamento dos rios em enchentes, o método da paisagem inteligente pode ser útil para a agricultura e o meio ambiente, ao apontar com mais precisão as áreas que precisam ser efetivamente protegidas e as áreas que podem ser usadas para a lavoura. “É o jogo do ganha-ganha”, afirma Nobre.

Apesar das possibilidades de uso para agricultura sustentável, na discussão do novo Código Florestal, os parlamentares não consideraram efetivamente a metodologia – a proposta voltou à Câmara dos Deputados, após sofrer modificações no Senado. “Nossa pretensão é esclarecer a sociedade brasileira. Os políticos já estão esclarecidos”, conclui o cientista. 




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