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Política MT
Terça, 18 de maio de 2010, 22h18

Juízes e desembargadores são os próximos alvos da Polícia Federal


Hebert Almeida
Redação 24 Horas News

 

O presidente do Tribunal de Justiça, desembargador José Silvério Gomes, não escondeu a decepção com mais um escândalo envolvendo o Poder Judiciário de Mato Grosso. Segundo ele, as denúncias de vendas de setenças não chegam a soar como uma novidade, mas a confirmação de que a situação é concreta promove mais desgaste a imagem do tribunal e de seus servidores. “Servidores, magistrados e todos que incorrerem nesses atos devem ser punidos, senão onde vamos parar com isso?" – questionou, ao destacar que todo o processo corre em segredo de justiça e que dispunha de poucas informações.

A prisão de sete advogados nesta terça-feira, em Cuiabá, e a convocação de diversos juízes e desembargadores para prestar esclarecimentos a respeito do esquema de venda de sentenças criminais e eleitorais é apenas o começo. Pessoas que tiveram acesso ao processo garantem: há mais desembargadores e juízes para prestarem esclarecimentos. Diferente dos advogados, o status de privilégio do cargo deverá evitar que alguns deles acabem no “camburão” da Polícia Federal, a princípio. “Há casos em que a situação se comprova com a venda de habeas-corpus em plantão judiciário” – disse uma fonte.

Dois nomes chegaram a ser citados pela fonte de 24 Horas News. Eles não figuram entre os que passaram a terça-feira entre a Polícia Federal e escritório de seus advogados. Um por venda de HC no Tribunal de Justiça e outro por esquema eleitoral. Nos dois casos concretos, segundo a fonte, há comprovação através de depósitos em conta de terceiro, posteriormente rastreada pela PF e a boa e velha interceptações de conversas por telefone.

O esquema de venda de sentença no Tribunal de Justiça era articulado pelo escritório da advogada Célia Cury. E não é de hoje. O nome da advogada já vinha sendo investigado desde 1999, quando o juiz Leopoldino Marques do Amaral apresentou um dossiê apontando todos os esquemas existentes no TJ. Célia Cury é mulher do desembargador José Tadeu Cury, aposentado compulsoriamente pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) por participação no esquema de desvio de dinheiro do Judiciário para a Loja Maçônica “Grande Oriente”, juntamente com os colegas José Ferreira Leite e Mariano Travassos.

No âmbito da Justiça Eleitoral, o esquema variava nas bancas de advocacia. “Havia um interlocutor, que sabia onde e como conversar com os magistrados daquela corte” – explicou a fonte judiciária ouvida pelo Portal.

Além de Célia Cury, a ministra Nancy Aldhrig, do Superior Tribunal de Justiça (DTJ), determinou a prisão temporária dos advogados Alessandro Jacarandá, sócio de Célia; Jarbas Nascimento, chefe de gabinete do desembargador Josá Tadeu Cury, Cláudio Emanuel Camargo, genro do casal Cury; Rodrigo Vieira e Santos de Souza Ribeiro. Santos é mestre maçom ligado a Loja Grande Oriente. Prestaram esclarecimentos à Polícia Federal os advogado André Castrillo e Eduardo Gomes.

Foi presa também Ivone Siqueira, esposa do advogado Valmir Siqueira. Ela teria atuado como “lobista” em casos de venda de sentença. O advogado Max Weize Mendonça está foragido.

Houve cumprimento de mandados de busca e apreensão nas residências e escritórios do juiz Ciro Mitto, do desebargador aposentado Donato Fortunato Ojeda, do juiz eleitoral Eduardo Jacob; do desembargador Evandro Stábile, atual presidente do Tribunal Regional Eleitoral, do desembargador José Luiz de Carvalho, que se encontra na ativa, de José Tadeu Cury, aposentado pelo CNJ, Maria Abadia Aguiar e Renato César Vianna, ex-juizes do Tribunal Regional Eleitoral.
 




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