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Política MT
Sexta, 17 de junho de 2011, 17h32

Deputados investigam superfaturamento das obras no Mineirão


A Comissão de Esportes Lazer e Juventude da Assembleia Legislativa de Minas Gerais vai investigar o suposto superfaturamento apontado pelo Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCE-MG) da obra de reforma do Estádio do Mineirão, que será uma das sedes da Copa do Mundo de 2014.

O Terra teve acesso ao relatório do TCE, que aponta também supostos crimes em processos licitatórios, pagamento de serviços não executados, além de superfaturamentos. Ao todo, segundo o tribunal, o valor de recursos aplicados na obra com indícios de irregularidades é de R$ 29 milhões, o que representa 6,8% do valor total da obra.

A reforma do estádio está orçada em R$ 426 milhões, mas deverá ultrapassar a casa de R$1 bilhão, de acordo com o levantamento. "Isso por que a obra já era a mais cara dentre os estádios que vão sediar a Copa", afirmou o deputado estadual Rogério Correia (PT), líder do bloco Minas sem Censura da Assembléia Legislativa de Minas Gerais.

O TCE apontou indícios de irregularidade no processo licitatório para a realização do projeto básico arquitetônico do estádio. O contrato foi firmado sem licitação com uma empresa, denominada Gustavo Penna Arquitetos. O valor pago pelo serviço foi de R$ 17 milhões.

De acordo com o relatório, o Departamento de Obras Públicas de Minas Gerais (DEOP) contratou o serviço da empresa Retech Serviços Especiais de Engenharia pelo valor de R$ 8 milhões. A empresa deveria avaliar a estrutura da laje de cobertura do estádio. Segundo o TCE, a reforma no local era prioridade, pois a estrutura da cobertura poderia ser comprometida com a reforma. Mas a avaliação não ocorreu conforme programado. "São obras de segurança do estádio, caso a cobertura fique do jeito que está este problema passa a ser de segurança pública", alertou o deputado.

As irregularidades apontam também para o pagamento do serviço de lixamento mecânico de estruturas em concreto, que custou R$423 mi, mas não se quer executado. Para o deputado Rogério Correia (PT), a obra corre o risco de ser embargada.

"A reforma era para estar pronta, o governo pagou pela obra. Pagou para a empresa e ela não fez", disse. O deputado informou ainda que audiências públicas serão feitas para apurar o caso e que o relatório do TCE será encaminhado pela Comissão de Esporte Lazer e Juventude para o Ministério Público Estadual e Federal para que as irregularidades possam ser investigadas.

O deputado estadual Rômulo Viegas (PSDB), vice-líder do governo na Assembleia, nega que as obras da reforma do estádio tenham sido superfaturadas. "Só o tempo vai dizer quanto foi gasto na obra, não foi pago R$ 1 bilhão, o que está havendo é muito barulho político", afirmou.

A Secretaria de Estado Extraordinária da Copa (Secopa) informou que ainda não foi notificada sobre as irregularidades, e disse que não tem conhecimento sobre o conteúdo divulgado no relatório.

Greve

Na manhã desta quinta-feira, cerca de 500 operários que atuam na reforma no setor interno do Mineirão decidiram em assembleia permanecer em greve. Eles fizeram um protesto ontem para reivindicar melhores salários, pagamento de hora-extra e condições de trabalho. A empresa responsável pela obra Minas Arena não conseguiu chegar a um acordo com os trabalhadores, que ficaram parados por tempo indeterminado.

"Reivindicamos melhores salários, mas também condições de trabalho. Na obra, os trabalhadores não tem nem banheiro", afirmou o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção de Belo Horizonte, Osmir Vemuto.




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