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Polícias
Segunda, 20 de março de 2017, 16h31

Família acusa policial de executar pedreiro no Santa Rosa


CircuitoMatoGrosso
Jefferson Oliveira
Fotos e Vídeos: Willian Mattos

 

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Familiares e amigos do pedreiro Benilson da Silva, 29, que morreu durante abordagem de policiais militares na noite deste domingo (19) no Bairro Santa Rosa II em Cuiabá (MT), afirmam que o boletim de ocorrência não condiz com o fato e que houve abuso de autoridade.

O jornal Circuito Mato Grosso esteve nesta segunda-feira (20) pela manhã no local onde ocorreu a confusão que terminou em morte. O irmão da vítima, Paulo Rodrigo, disse que quando a viatura chegou, o soldado identificado apenas como "Prestes" teria entrado na residência pelo canto do portão sem falar com ninguém e sem mandado de busca ou apreensão.

“O Benilson estava jantando de pé na cozinha e ele (soldado) já chegou abordando e arrastando meu irmão para fora da residência sem resistir à prisão. Em frente ao portão, houve um tumulto porque ninguém sabia o que estava acontecendo e neste momento o policial deu três tiros com uma arma calibre 12 em direção ao condomínio”, disse ele.

Segundo Paulo Rodrigo, o que houve foi abuso de autoridade e violência por parte do soldado. Ele ainda informa que o policial chegou a apontar arma para o seu pai Benedito Silva, 52, e foi nessa hora que aconteceu o homicídio.

 

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“Quando ele apontou a arma para o meu pai, o Benilson pegou o soldado Prestes por trás(gravata) e o puxou. Neste momento, a arma caiu no chão e meu irmão foi para calçada e o militar olhou para a cara do meu irmão e atirou covardemente como mostra o vídeo”, completou.

O vizinho da vítima, Sandro Lúcio Galdino, foi quem prestou socorro a Benilson colocando o pedreiro dentro de um veículo Gol juntamente com Cleidiane Teixeira da Silva, parente do baleado.

Sandro conta que outros policiais militares o perseguiram e na altura do 44º Batalhão do Exército efetuaram cinco tiros no pneu de seu carro tentando evitar que fosse prestado socorro a Benilson.

“Paramos o carro e falamos que estávamos ajudando Benilson e que tinha outras viaturas atrás. Eles nos liberaram e fui com o pneu estourado até o Pronto-Socorro. Lá no PS recebemos voz de prisão, Cleidiane, o Benedito e eu, e sem explicar o motivo nos algemaram e nos colocaram dentro da viatura”, informa Sandro.

 

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Cleidiane comenta que dentro da viatura os policiais jogaram spray de pimenta neles e disse que se eles se comportassem abririam a janela para eles respirar um pouco. Ela ainda diz que a todo o momento os policiais teriam feito piadas sobre o assunto e os constrangendo. Além disso ela relata que foram feitos três boletins de ocorrências.

"Foram feitos três boletins até o último ser aceito na versão deles. A todo instante eles conversavam entre eles e iam alterando a versão dos fatos" disse ela.

A família ainda informa que foram ameaçados de morte pelos policiais e tiveram os celulares tomados e imagens que comprovavam abuso dos policiais e morte sem motivo, apagadas da memória do celular.

“Eu tirei foto e tive o celular tomado pela polícia e nos ameaçaram dizendo que se as imagens ou história vazasse para imprensa ele nos mataria”, conclui o irmão da vítima.

Uma pessoa, que preferiu não se identificar dizendo temer represálias, disse que sua filha tirou a foto do soldado Prestes, mas foi obrigada a apagar.

“Ele olhou para a minha filha e perguntou se mandaria a imagem para algum lugar e pediu que apagasse e se caso a imagem fosse veiculada em algum lugar ele iria mata-la”, informou uma testemunha.

 

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Moradores da região ainda acusaram o soldado de sempre agir com violência na área e dizem que ele “toca o terror”, ameaça moradores, agride trabalhadores entre outros.

No período vespertino, o policial esteve próximo ao local do homicídio e prendeu duas pessoas por tráfico de entorpecentes e agrediu um empresário morador do bairro que foi ver o que acontecia.

“Ele abordou um funcionário meu, fui ver o que estava acontecendo, e o soldado Prestes me deu um murro no peito perguntando se eu estava defendendo bandido. Ele estava provocando e arrumando um jeito de eu responder ou revidar ou ser preso, virei as costas e fui pra casa”, informou Waldemir Domingos da Silva.

 

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Durante o protesto hoje pela manhã, as pessoas pediram que seja feito o teste toxicológico no policial. A família vai registrar um boletim de ocorrência ainda nesta tarde e será ouvida na corrregedoria da PM.

Benilson deixa para trás três filhos. O velório acontecerá nesta segunda-feira (20), próximo ao local do homicídio.

O outro lado

Procurada pelo Circuito Mato Grosso, a assessoria de imprensa informou que vai emitir uma nota sobre o caso ainda nesta tarde.

Imagem de vídeo / reprodução PlantãoNews

 

 

 



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