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Redação
Odoni Mesquita Coelho, ex-prefeito do município de Torixoréu (570 km ao Sul de Cuiabá) foi preso na manhã de hoje pela Polícia Federal em Mato Grosso na Operação Pedra Preta*, que tem o objetivo de desmantelar esquema criminoso atuante na prefeitura do município. Ele é marido da atual prefeita Inês Coelho (PP) e ao longo do mandato foi denúnciado pelo Ministério Público por irregularidades, provocando instabilidade administrativa no município.
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Cerca de 15 policiais federais cumpriram o mandado de prisão e quatro mandados de busca e apreensão em Torixoréu (MT). As ordens judiciais foram expedidas pela Justiça Federal de Barra do Garças/MT.
As investigações tiveram início em 2015 para apurar os crimes de peculato, omissão na prestação de contas de recursos federais, fraude em licitação, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Denúncias do Ministério Público Federal (MPF) apontavam que (dentre outras irregularidades) Odoni Coelho Mesquita, conhecido por Gordo, desviou os recursos da construção do polo da Academia da Saúde, cujo espaço tinha o objetivo a promoção da saúde da população de Torixoréu, município que tem cerca de 5 mil habitantes.
Conforme a PF provas obtidas comprovam desvio de recursos de convênio para o pagamento a uma empresa contratada cerca de R$ 600 mil sem que qualquer obra tivesse sido realizada até fevereiro de 2015.
O suspeito contratou outra empresa e adquiriu diretamente os materiais e insumos necessários ao início da execução da obra, sem licitação, custeando o serviço com recursos diversos do convênio, inclusive com recursos próprios da prefeitura.
Com os valores desviados, o investigado comprou um imóvel rural de R$ 700 mil, registrando-o em nome de terceiro (laranja), consumado o crime de lavagem de dinheiro diante da ocultação/dissimulação e integração dos valores obtidos em razão dos crimes de peculato anteriormente comprovados.
O crime de organização criminosa foi caracterizado tendo em vista a engenhosidade levada a efeito pelos autores para o fim de consubstanciar os desvios aos cofres públicos e a evidente ordenação e divisão de tarefas entres os associados.
O agente público já foi indiciado em outros dois inquéritos da PF pelo desvio de recursos federais (peculato), por meio de pagamentos de obras não realizadas na mesma época.
* O nome da operação remete à origem do nome do município de Torixoréu (MT), onde os fatos criminosos foram consumados. Do idioma indígena bororo, a tradução da operação significa pedra preta
Desvio com combustíveis
Por sua vez Ministério Público Estadual denunciou em outra ocasião o então prefeito Odoni Mesquita Coelho, o prefeito e a empresa Baliza Comércio de Derivados de Petróleo Ltda, por efetivar contrato totalizando a importância de R$ 1.862.020,00 com valores superestimados, levando em consideração superarem inexplicável e extraordinariamente, os valores pagos em anos anteriores (2010, 2011 e 2012), conforme indicadores do próprio TCE.
O MPE pediu além da indisponibilidade total de bens para eventual ressarcimento ao erário, requereu a condenação dos acusados por ato de improbidade administrativa.
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