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Polícias
Sexta, 17 de setembro de 2021, 19h14

PJC anuncia que esclareceu latrocínio de advogado; acusado de mando, contador faz denúncia


João Anaídes Cabral Netto

A Polícia Civil cumpriu nesta sexta-feira (17.09), em Rondonópolis, mandados judiciais de busca e apreensão contra um contador, de 53 anos, investigado como líder do grupo criminoso que cometeu diversos roubos na região sul, entre eles o que terminou com o latrocínio do advogado João Anaídes Cabral Netto, 49 anos, ocorrido no mês de julho deste ano, em Juscimeira.

O cumprimento dos mandados judiciais faz parte da Operação Flor do Vale, conduzida pela Delegacia da Polícia Civil de Juscimeira, cujo inquérito apurou as circunstâncias e identificou os envolvidos no crime ocorrido no dia 17 de julho em um condomínio de chácaras, em Juscimeira, que vitimou o advogado João Anaídes. O contador  João Fernandes Zuffo, está com mandado de prisão decretado pelo juízo da Comarca de Juscimeira e encontra-se foragido. O acusado, através do seu advogado, emitiu nota fazendo denúncias. 

De acordo com o delegado Ricardo de Oliveira Franco, as provas produzidas e indícios reunidos no inquérito demonstram a liderança do contador no planejamento e execução de diversos crimes patrimoniais ocorridos na região. Ele planejava, apontava e indicava aos comparsas do grupo criminoso os lugares para executar os roubos, entre eles o que ocorreu no condomínio de chácaras onde três propriedades foram alvos do grupo e em uma o advogado foi morto.

O contador tem uma chácara no mesmo condomínio onde ocorreu o latrocínio e na data ele estava na propriedade, onde aguardava a conclusão do roubo, se passando por vítima.

Três dos criminosos identificados na investigação do latrocínio já estão presos. Um deles é funcionário do contador. A investigação identificou ainda a participação dele, do patrão e de outros dois em outro roubo cometido também contra um advogado, em dezembro do ano passado, quando foi levado um veículo BMW da vítima, no mesmo condomínio de chácaras em Juscimeira onde João Anaídes foi morto. Na ocasião, o contador estava presente no local do roubo e se passou por vítima.

O delegado Ricardo Franco informou ainda que no decorrer da apuração para esclarecer o latrocínio, a Polícia Civil chegou a outros dois crimes cometidos pelo mesmo grupo criminoso. Um ocorreu em Cuiabá e outro foi executado no mês de abril deste ano, em Juscimeira.

“É uma organização criminosa que conseguimos desmantelar, com a identificação de todos os envolvidos e a prisão de alguns deles. Os demais estão com os mandados expedidos e que tentaremos cumprir”, esclareceu o delegado responsável pelas investigações.

A Operação Flor do Vale contou com apoio da Delegacia Regional de Rondonópolis.

Latrocínio

As investigações identificaram o envolvimento de oito pessoas no latrocínio do advogado, sendo que três delas já estão presas.

O grupo invadiu o condomínio de chácaras Flor do Vale, roubou algumas propriedades e na última delas, em que estava a vítima, amarrou as pessoas que estavam na casa. O advogado João Anaides e mais uma vítima do assalto foram amarradas separadamente em um banheiro. Os suspeitos começaram a subtrair objetos pessoais das vítimas e logo em seguida foi ouvido um disparo de arma de fogo vindo do banheiro.

A vítima que estava trancada no banheiro junto com o advogado relatou que um dos suspeitos arrombou a porta e efetuou um disparo na cabeça de João Anaides. Após o disparo, os criminosos fugiram do local levando duas camionetes, uma delas, do advogado.

Advogado cita tortura psicológica, arbitrariedade e abuso de autoridade em investigação contra João Ruffo

Em nota enviada ao PlantãoNews, o advogado Bruno Balata, que defende o empresário João Fernandes Zuffo, aponta que a Operação Flor do Vale, deflagrada na manhã desta sexta-feira (17), e que cumpriu mandado de busca e apreensão na sede da Zuffo Assessoria Contábil, em Rondonópolis, foi arbitrária e abusiva.

Bruno relata ainda que as irregularidades já vêm sendo cometidas desde o início da investigação, sendo que já chegou a juntar termo ao inquérito, apontando que uma testemunha relata a prática de tortura psicológica para se obter a “verdade real” e tão somente a partir desse fato, a autoridade policial teria chegado à conclusão de que o empresário Zuffo teve suposto envolvimento com o caso investigado.

João Zuffo é patrão do suposto investigado por ter matado o advogado João Aneídes Neto, no dia 18 de julho, em um rancho em Juscimeira, mas a investigação não conseguiu demonstrar o nexo de causalidade entre o empresário e o crime.

Desde o começo da investigação, o empresário se colocou à disposição da Polícia Civil para colaborar com o inquérito - diz o advogado, contudo, sempre foi vítima de resistência por parte do delegado responsável pelo caso.

O advogado do empresário chegou a ir à Delegacia da Polícia Civil, em Juscimeira, para obter cópia da diligência, mas o delegado se negou a dar de imediato, fornecido o documento somente depois de três semanas. “O que caracteriza o delito descrito no artigo 32 da Nova Lei de Abuso de Autoridade", afirma Bruno.

“Além disso, consta apreendido na Delegacia de Polícia de Juscimeira - MT, veículo de propriedade do senhor João Zuffo, veículo no qual já foi submetido a perícia e não há nenhuma necessidade de ali permanecer. Porém, como as práticas abusivas não cessam, a autoridade policial, mesmo tendo um pedido de restituição formal em mãos, nega qualquer despacho ou a restituição”, ressalta o advogado.

Em nota divulgada à imprensa, Bruno aponta que "é inconcebível que após mais de 60 dias do fato trágico que levou a óbito o advogado no lago de Juscimeira, acreditar que uma diligência de busca e apreensão resolveria o caso em tela. Essa atitude somente serviu para manchar a imagem da pessoa que sempre se prontificou em ajudar a cooperar com as investigações e não tem participação nenhuma com o crime investigado”.

Na manhã desta sexta, um dos advogados do empresário João Zuffo foi impedido de acompanhar o mandado de busca e apreensão.

“Reforçamos que o empresário possui endereço físico há mais de 30 anos no município de Rondonópolis, tendo reputação conhecida e serviços filantrópicos prestados à comunidade, condecorado com inúmeros títulos e beneméritos de várias entidades. João construiu sua carreira sólida no Município de Rondonópolis - MT e não precisaria, em hipótese alguma, formar quadrilha para praticar roubos, tampouco contra seus próprios amigos e vizinhos de rancho”, diz o advogado na nota.




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