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Polícias
Sexta, 02 de setembro de 2011, 10h14

Polícia Civil responsabiliza nove pessoas nos homicídios de travestis na Capital


A Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP), da Polícia Judiciária Civil, responsabilizou nove pessoas pelos assassinatos dos travestis Alisson Otávio Carvalho da Cruz, 19, e Maildo dos Santos Silva, 33, ocorridos neste ano em Cuiabá. Três dos responsabilizados foram presos por mandado de prisão preventiva, e dois menores foram detidos e encaminhados à Delegacia Especializada do Adolescente nesta semana.

Em entrevista ontem (01), a delegada Anaide Barros, que preside os dois inquéritos, e o delegado titular da DHPP, Antonio Carlos Garcia de Matos, esclareceram que as mortes não tiveram motivação homofóbica. “Ambos tiveram mortes de forma violenta, mas morreram em decorrência de uma dívida por drogas. A DHPP tem um padrão único para todas as vítimas, que é apurar e dar responsabilidade às pessoas que cometeram os crimes”, disse Garcia.

O corpo do primeiro travesti, Alisson da Cruz, asfixiado com uma corda, foi encontrado no dia 28 de maio, em um córrego, localizado na divisa do bairro Três Lagoas com o Vila Rosa, em Cuiabá. Dez dias depois, Maildo dos Santos Silva foi assassinado da mesma forma, por asfixia, e o corpo foi encontrado no bairro CPA III, fundos da Lagoa Encantada, no dia 08 de junho.

Os suspeitos Cleberson Rodrigo Marques e Silva, Alisson Paulo de Arruda, e Paulo Cesar da Silva, foram presos, interrogados e indiciados nesta semana. Dois menores, ambos de 17 anos, também tiveram participação direta nas mortes. Além dos presos, a Delegacia pediu a prisão de Rafael de Oliveira Ferreira, e outro rapaz cuja identificação não está completa ainda. Outras duas pessoas foram indiciadas nos inquéritos, uma delas por favorecimento real.

As vítimas deviam cerca de R$ 200 para os menores que traficavam na região onde os travestis encontrados mortos. De acordo com a delegada, Anaide Barros, responsável pelos dois casos, as vítimas se conheciam e faziam programas na mesma região. “A maioria do grupo participou ativamente dos crimes. São confessos como traficantes e ficavam ali no mesmo local. Eles alegaram que as vítimas tinham dívidas de entorpecentes”, explicou a delegada. Segundo ela, nos dois casos estão descartadas a hipótese de motivação relacionada à homofobia. “A única situação é que os travestis são vítimas mais vulneráveis”, esclareceu a delegada.

Os depoimentos foram acompanhados por um representante do Centro de Referência de Combate a Homofobia. A coordenadora do Centro de Referência, Claúdia Cristina de Carvalho disse que, para o movimento GLBT, a crueldade com a qual os travestis foram mortos não deixa de ser motivação homofóbica, mas reconhece o trabalho desenvolvido pela DHPP em não deixar os crimes impunes. “O requinte de crueldade para nós tem, sim, motivação homofóbica. Há uma perversão no ato pela forma que foram executados. O que foi feito pela DHPP, com todas os envolvidos presos, é digno de nosso reconhecimento”, disse Claúdia. 




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