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Terça, 29 de agosto de 2017, 11h39

Drones e mapas que salvam vidas


Drone. Essa palavra pode provocar calafrios em muitos corações humanitários. No entanto, esses “veículos aéreos não tripulados” são cada vez mais utilizados para antecipar e melhorar respostas de emergência para salvar vidas.

Os mapas otimizados graças à tecnologia do Sistema de Informação Geográfica (SIG) representaram uma mudança radical para Médicos Sem Fronteiras (MSF), tanto em relação ao planejamento, desenho e distribuição de campos de refugiados de grandes dimensões como na localização de poços durante surtos de cólera ou na sequência de uma campanha de vacinação.

No distrito de Nsanje, ao sul do Malaui, uma equipe de MSF empregou, recentemente, um pequeno drone para realizar uma análise cartográfica aérea de Makhanga, uma área de 60 quilômetros quadrados que ficou parcialmente isolada e sem acesso à ajuda humanitária durante as grandes inundações de 2015. Existem poucos mapas detalhados da área e as equipes de emergência queriam estar preparadas com antecedência para a próxima estação chuvosa.

Para começar, um drone pré-programado de apenas 700 gramas decolou de várias pistas aéreas improvisadas, incluindo um campo de futebol local. O aparelho voou sob uma camada de nuvens tirando várias fotografias que serviriam, posteriormente, para criar um mosaico. Essas imagens foram distribuídas em camadas e compiladas para criar uma ortofotografia, na qual a geometria das imagens foi corrigida para conferir uma escala uniforme. Posteriormente, a imagem resultante se integrou a um software de georreferência para criar um mapa integral que possibilite respostas mais eficazes no futuro.

“Apesar de os mapas do Google Maps serem cada vez mais potentes, continuamos trabalhando em regiões muito remotas ou que estão em conflitos políticos e que, de forma geral, não aparecem em nenhum registro. Em casos de emergência, capturar imagens de satélite costuma levar tempo demais, acarreta custos altos ou oferece pontos de vista muito limitados”, explica Amaury Gregoire, coordenador-geral de MSF no Malaui. “Os drones são uma solução complementar para criar, de forma rápida, mapas que permitam às equipes entender o alcance da situação e o lugar em que a população se encontra”, acrescenta Gregoire.

Conhecer as normativas do espaço aéreo para a decolagem e o uso de drones em diferentes áreas é fundamental, apesar de, por se tratar de uma tecnologia nova, as regulações ainda estarem em desenvolvimento. Em Nsanje, a equipe de MSF solicitou a autorização formal das autoridades do distrito para sobrevoar a região e alertou a polícia aérea mais próxima sobre a decolagem iminente. Em âmbito local, MSF pediu ajuda à polícia e aos líderes comunitários, que colaboraram na identificação das zonas mais adequadas.

Raphael Brechard é diretor do SIG e um dos dois profissionais de MSF no Malaui e em Moçambique que se dedicam, de corpo e alma, ao Sistema de Informação Geográfica. Raphael foi o responsável por coordenar a cartografia de Makhanga. “A experiência de usar drones para criar soluções de informação geográfica inovadoras e de baixo custo para problemas complexos foi realmente positiva. Estamos entusiasmados com as perspectivas de futuro”, destaca.

“As fotografias tiradas por drones também podem contribuir, por meio de modelos digitais de elevação ou vídeos em 3D, para o entendimento da evolução de uma emergência provocada por inundações ou terremotos. Inclusive, poderíamos conceber, através das imagens, maneiras de criar aplicativos de realidade virtual para ajudar, à distância, populações em situações de emergência quando chegar fisicamente às zonas afetadas for impossível. As possibilidades são infinitas”.

Para promover o cada vez mais habitual uso de drones em MSF e outras organizações humanitárias, a equipe de MSF convidou a cinegrafista Morgana Wingard para gravar a ação. Desse modo, o material das decolagens e da condução dos drones será utilizado nos programas de formação de futuros operadores de drones de MSF. 




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