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Sábado, 30 de junho de 2018, 18h44

CEO detalha a estratégia que recuperou o The Guardian e prepara o jornal para o futuro


Uma estratégia colocada em prática a partir de 2015, garantiu ao jornal britânico The Guardian uma guinada nos seus negócios. Naquele ano, o diário havia perdido cerca de 100 milhões de libras anuais, e apesar de ter um enorme número de leitores, seu futuro parecia sombrio, relata o site da Associação Mundial de Jornais e de Editores (WAN-IFRA, na sigla em inglês). Hoje, a empresa aproxima-se rapidamente do ponto de equilíbrio, estabeleceu uma nova cultura interna de negócios, conta com o apoio financeiro de seus leitores, tem alcance mais amplo do que nunca, aumentou sua dotação para mais de 1 bilhão de libras -- contra 700 milhões de libras apenas alguns anos atrás -- e está apta a enfrentar o mercado digital com base em muita inovação, tecnologia e jornalismo qualificado.

“[Hoje] Não temos déficit previdenciário nem dívidas. Temos um modelo de negócios diversificado e um grupo unificado de pessoas que não apenas valorizam o jornalismo, mas também compreendem a economia de como financiá-lo”, disse o CEO do Guardian Media Group (GMG), David Pemsel, que desde julho de 2015 lidera a virada da empresa, ao lado da primeira mulher na chefia de edição do The Guardian, Katharine Viner.

A declaração foi feita em uma apresentação durante o 70° Congresso Mundial de Meios Informativos e o 25° Fórum Mundial de Editores, eventos promovidos no começo deste mês pela WAN-IFRA, em Portugal. Na ocasião, Pemsel descreveu as mudanças que garantiram melhores resultados ao jornal.

A estratégia, contou o executivo, foi construída em quatro pilares: construir relacionamentos com os leitores; agregar a esse relacionamento a questão financeira; navegar no novo mundo da publicidade; e controlar custos e o ponto de equilíbrio em três anos. "Os limites entre um propósito muito forte e um quadro financeiro muito claro é o que nos levou às coisas que temos feito nos últimos três anos", disse Pemsel.

O executivo ressaltou que, como o jornal rejeitou a ideia de implantar um paywall com receio de que isso limitasse o alcance do jornalismo, foi essencial mostrar e convencer os leitores de que era preciso contribuir financeiramente de alguma forma com o diário. Por isso, já em 2015, o The Guardian passou a esclarecer seus leitores, por meio de seu site, sobre a realidade dos negócios na área de mídia – incluindo a queda nas receitas de circulação impressa e o domínio do Google e do Facebook na área de anúncios digitais – para solicitar apoio financeiro capaz de garantir a qualidade do jornalismo praticado pelo veículo.

Este foi um pequeno passo, mas que aos poucos se transformou em uma eficiente cultura de negócios. “Nos tornamos incrivelmente sofisticados na forma como tratamos o comportamento do leitor e sua propensão a contribuir”, afirmou Pemsel. Hoje, há mais de 800 mil pessoas colaborando financeiramente com o jornalismo do The Guardian, seja como assinantes, associados ou colaboradores.

Internamente, o The Guardian também fez esforços para controlar os custos e, como ocorreu em tantas outras redações de empresas jornalísticas, houve cortes de pessoal tanto no Reino Unido quanto nos Estados Unidos. Com o tempo, à medida que a estabilidade e a sustentabilidade aumentavam, o jornal começou a se preparar melhor para o futuro. Hoje, por exemplo, diferentes equipes trabalham juntas em projetos com objetivos específicos.

Além disso, em outubro de 2017, o GMG lançou um novo e independente fundo de capital de risco, GMG Ventures, com foco em investimento no desenvolvimento de tecnologia de mídia, incluindo inteligência artificial, tecnologia de publicidade (passando por detecção de fraudes), melhores experiências aos leitores, novas formas de distribuição de conteúdo, modelos de pagamento, realidade virtual (mista e aumentada) e plataformas de áudio e de voz, entre outras.

ANJ




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