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Quarta, 25 de julho de 2018, 13h25

México tem oitavo jornalista assassinado em 2018; SIP condena o crime e a impunidade no país


O jornalista Rubén Pat, diretor e fundador de um site de notícias local no México, o Semanario Playa News, foi assassinado com vários tiros na manhã desta terça-feira (24). O ataque em Playa del Carmen, balneário turístico próximo a Cancún, eleva para oito o número de profissionais da imprensa do país mortos só neste ano. A Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP, na sigla em espanhol) condenou o crime e instou as autoridades mexicana a investigar, encontrar e punir os responsáveis.

A SIP também criticou o governo do país por não cumprir com seu dever de proteger os jornalistas e, ao mesmo tempo, não romper com a impunidade, o que ocorre na maioria dos casos envolvendo homicídios de comunicadores mexicanos. "Cada assassinato de um jornalista no México representa mais uma fonte de informação que se silencia, e há indignidade quando esses assassinatos ficam na total impunidade, o que vem ocorrendo com normalidade desoladora nos país", lamentou o presidente da entidade, Gustavo Mohme.

Pat, de 42, foi morto pouco antes das 6h, hora local, ao sair de um bar. Após sofrer seis tiros, morreu na hora, informou a promotoria local de Playa del Carmen. Em 26 de junho, outro colaborador do mesmo portal de notícias morreu após ser baleado enquanto saía de um bar na mesma área. José Guadalupe Chan, correspondente área indígena de Maya, foi morto a tiros em Felipe Carrillo Puerto, uma comunidade no centro de Quintana Roo.

O Comitê para a Proteção de Jornalistas (CPJ) informou que, em junho, Pat denunciou que havia sido agredido por policiais do município. "Me disseram para parar de publicar artigos sobre um chefe de polícia local, e que eu sabia o que aconteceria comigo se não o fizesse", disse Pat ao CPJ, segundo a entidade. Jan-Alberto Hootsen, correspondente do comitê no México, confirmou ao Centro Knight que o colega fora incorporado ao Mecanismo Federal de Proteção a Jornalistas e Defensores dos Direitos Humanos, mas disse desconhecer os detalhes do esquema de proteção.

"Ele fazia a imprensa vermelha (expressão local para o jornalismo policial). Vinha recebendo ameaças há seis meses”, disse um colega de Pat à Reuters, sob anonimato por medo de represálias. “Batemos em muitas portas para nos proteger, mas não deu certo (...). Agora eu temo pela minha vida”.

O México se tornou um dos países mais perigosos para exercer o jornalismo. Em 2017, 11 comunicadores foram assassinados e, desde 2000, mais de cem foram mortos, segundo relatos de organizações que defendem a liberdade de expressão. A maioria das vítimas é de comunicadores das imprensas regionais, que denunciam casos de corrupção e ação do narcotráfico em conluio com agentes do Estado.

De acordo com dados de ONGs, já são cerca de 45 jornalistas mortos no mandato do presidente Enrique Peña Nieto, há quase seis anos no poder e acusado de não agir de maneira a proteger os profissionais da imprensa contra a violência e a impunidade.

ANJ




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